Porto Alegre é a 7ª Capital em número de casos de câncer de boca

Porto Alegre é a 7ª Capital em número de casos de câncer de boca

No ano passado, foram 150 novos, sendo 90 em homens e 60 em mulheres

Jéssica Mello

Em 2014, foram 150 novos, sendo 90 em homens e 60 em mulheres

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Porto Alegre é a sétima capital brasileira com o maior número de novos casos de câncer de boca e a primeira no número de fumantes regulares. O tabaco é considerado o principal fator de risco para a doença. Em função disso, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) promoveu nesta quinta-feira no Centro Histórico de Porto Alegre a realização de exames bucais para detecção de lesões malignas, que podem indicar câncer.

No ano passado, foram 150 novos casos na Capital, sendo 90 em homens e 60 em mulheres. Em todo o Rio Grande do Sul, foram diagnosticados 1.030 casos de câncer bucal em 2014. A partir disso, servidores da SMS orientaram a população sobre os riscos de fumar e como fazer o autoexame na boca. A atividade integrava a programação da campanha Maio Vermelho e foi realizada no Largo Glênio Peres, em alusão a 31 de maio, Dia Mundial Sem Tabaco e Dia Estadual de Luta Contra o Câncer Bucal. Exames foram feitos e, quando uma possível lesão era identificada, os profissionais encaminhavam o paciente para um dos sete centros de referência para estomatologia no município. A média mensal de encaminhamentos para tratamento de câncer de boca no município é de 30 solicitações, sendo o tempo de espera para marcação de um dia.

“Um fumante tem de cinco a 15 vezes mais chances de ter esse tipo de câncer do que um não fumante, e quando o consumo de álcool ocorre junto essas chances podem aumentar 100 vezes mais”, explica a cirurgiã dentista e coordenadora da área técnica de saúde bucal da SMS, Evelise Tarouco. O câncer de boca inicia com uma lesão pequena e indolor. “Dificilmente será confundida com uma afta, pois a afta causa dor e cicatriza de 7 a 14 dias. A lesão cancerígena não cicatriza, mas algumas vezes ela não é notada”, explica Evelise. De acordo com ela, cerca de 60% das pessoas procuram um especialista quando a doença está em um estágio avançado e quando as chances de cura são reduzidas a 50%. Em fase inicial, esse percentual é próximo a 100%.

Entre as medidas importantes para reduzir a incidência estão o controle do tabagismo e do uso do álcool, da exposição solar e da ingestão de bebidas quentes, além de aumento da higiene bucal e o acompanhamento adequado da adaptação de próteses bucais.

O secretário de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, informou que o número de fumantes tem se mantido estável. Porém, os estudos indicam uma redução no número de homens e um aumento das mulheres que fumam. “Nossa preocupação é com o público feminino nesse momento e nos jovens, mas a mudança de hábitos dos adolescentes serão medidas a longo prazo.” Ritter destaca que a principal causa de morte de adultos são as doenças cardiovasculares, seguidas por problemas respiratórios. “Nos dois casos, o tabaco pode ser uma das causas de agravamento das doenças”, acredita.

Durante a manhã o secretário acompanhou a colocação de cartazes nos terminais de ônibus da área Central. Os materiais informam sobre a proibição de fumar em ambientes coletivos total ou parcialmente fechado, como paradas. O mesmo informativo deve ser colocado dentro dos coletivos e nas universidades.

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