Porto Alegre começa a ver o legado da Copa

Porto Alegre começa a ver o legado da Copa

Dois anos após o Mundial, Capital vive a expectativa da inauguração das obras

Rafael Peruzzo

Obras do entorno do Beira-Rio foram algumas das poucas que ficaram prontas antes do Mundial

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O dia 31 de maio de 2009 ficou marcado como a data em que Porto Alegre foi uma das 12 cidades escolhidas para sediar a Copa do Mundo de 2014. A partir daquele momento, começava a corrida contra o tempo para que a Capital cumprisse os cronogramas estabelecidos pela Fifa. Entre eles, a chamada Matriz de Responsabilidade, que incluía dez grandes obras de mobilidade urbana, além da reforma do Beira-Rio e seu entorno. Dois anos após a passagem do Mundial pelo Brasil, muitas dessas obras ainda são vistas em andamento, outras foram concluídas há pouco e a maioria ainda será inaugurada. O legado da Copa, termo tão utilizado para justificar a vinda do evento, demorou para acontecer, mas está tornando-se uma realidade.

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O fato é que a Matriz de Responsabilidade foi desmembrada em três etapas. A primeira, que obrigatoriamente deveria estar pronta até a Copa do Mundo, incluia a reforma do Beira-Rio e o seu entorno. As demais, pela escassez de tempo e, principalmente, pelas questões burocráticas, ambientais e sociais, ficaram para um segundo e terceiro momentos. “Em termos de obras, o legado para Porto Alegre é muito grande. A cidade aproveitou a oportunidade para incluir obras que eram desejadas havia 30, 40 anos”, diz o atual secretário de Gestão da Capital, Urbano Schmitt, que atuou diretamente nas questões ligadas à Copa.

A população ainda aguarda a finalização de obras importantes como os BRTs das avenidas Bento Gonçalves e Protásio Alves, as passagens subterrâneas da rua Anita Garibaldi e da avenida Cristóvão Colombo, além da duplicação da avenida Tronco, da Voluntários da Pátria e o prolongamento da avenida Severo Dullius. O viaduto da Júlio de Castilhos já foi entregue, assim como o viaduto Pinheiro Borda, nas proximidades do Beira-Rio.

“Tudo é legado da Copa. As passagens de nível da Cristóvão, Ceará e Anita, devido à complexidade, vão ser entregues ainda este ano. São obras que não observaram o calendário da Copa, mas sim a necessidade das pessoas”, justifica Urbano Schmitt. “Nada teria acontecido se não fosse a Copa do Mundo. Os recursos foram assegurados. Na avenida Tronco, por exemplo, são seis quilômetros de duplicação, com 1.525 famílias a serem remanejadas. Ainda restam 184. Há dificuldade nas desapropriações. Na Voluntários da Pátria, foi verificado que poderiam existir restos arqueológicos. A cada buraco que se abre, tem que ter um arqueólogo junto. As trocas dos corredores de ônibus para instalação dos BRTs já foram feitas (o da Bento Gonçalves será entregue este mês). A próxima etapa é a licitação das empresas que vão operar”, comenta Schmitt.

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