Porto Alegre estuda ampliar estações do transporte hidroviário

Porto Alegre estuda ampliar estações do transporte hidroviário

Catamarã voltou a operar em Porto Alegre no ano de 2011

Felipe Samuel

Sete novas estações são tecnicamente viáveis: Ilha da Pintada, Centro (Orla/Gasômetro), Estádio Beira-Rio, Vila Assunção, Tristeza, Ipanema e Belém Novo

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Onze anos após retomar o transporte fluvial de passageiros, a prefeitura de Porto Alegre avalia a criação de sete novas estações. Além das duas já existentes no Centro (Cais do Porto) e Cristal (BarraShoppingSul), o Plano Hidroviário Metropolitano aponta viabilidade técnica para a implantação de estações em outros pontos da cidade: Ilha da Pintada, no Centro (Orla/Gasômetro), Estádio Beira-Rio, Vila Assunção, Tristeza, Ipanema e Belém Novo. Para verificar as necessidades da população e os motivos para utilizar um novo modal de transporte, a prefeitura pretende lançar no segundo semestre a Pesquisa Origem e Destino. 

O secretário adjunto de Mobilidade Urbana, Matheus Ayres, explica que a última pesquisa foi realizada em 2003. Ele afirma que o projeto já está pronto, mas ainda está em fase de captação de recursos. "A gente acredita que durante o segundo semestre desse ano a gente consiga colocar na rua uma nova pesquisa", ressalta. O objetivo é apurar as necessidades da população de um novo modal de transporte. Conforme Ayres, a instalação de uma estação na Ilha da Pintada é tecnicamente "mais viável". "Mas pode ser uma das outras estações também, dependendo das respostas que vão vir da pesquisa", completa.

A última tentativa de ampliar o número de estações, com o lançamento de licitação em 2016, fracassou e terminou sem interessados para operar na Ilha da Pintada. Agora a ideia é aproveitar as melhorias na orla e "abraçar cada vez mais o Guaíba". "As possibilidades giram em torno de mais do que sete estações. Entretanto, por análise técnica do nosso time, teríamos sete delas mais viáveis. A própria Ilha da Pintada continua sendo aquela com maior viabilidade técnica", reforça. Ayres afirma que a prefeitura já conversou com as empresas do setor - Catsul e Porto Alegre Dez - para descobrir quais as condições necessárias para efetuar as operações.

"O transporte hidroviário tem um valor maior do que o transporte coletivo, por exemplo, de ônibus. Então, precisa ter uma sustentabilidade econômico-financeiro para que o negócio seja bom para operadora e que a tarifa seja um valor também adequado para o usuário", observa. A ideia é ouvir outras operadoras e discutir que tipo de negócio topariam para participar de uma concorrência em Porto Alegre. "Não temos uma data para o início de operação. A gente está conversando com o mercado para, se houver interessados, a gente modelar o negócio, uma proposta, um plano de negócio, para aumentar a nossa operação aqui em Porto Alegre", justifica.

"Gostaríamos muito que essa licitação ocorresse até o final do ano. Entretanto, a gente precisa ter uma sinalização positiva do mercado. Sem sinalização positiva, a gente vai ter muita dificuldade de aumentar a operação do hidroviário", frisa. Segundo Ayres, as duas operadoras consultadas demonstraram grande dificuldade de operação. "O investimento que eles precisariam fazer seria muito grande. E existe um elemento que é muito importante que é a pandemia, que nos tirou os dados das possibilidades de passageiros que nós tínhamos. É necessário que as operadoras tenham um pouquinho mais de segurança", completa.

De acordo com Ayres, um estudo aponta que da Ilha da Pintada ao Centro de Porto Alegre via transporte rodoviário leva cerca de 40 minutos para percorrer 17,5 quilômetros. Pelo hidroviário, percorreria 4 quatro quilômetros em 12 minutos. Se confirmada a estação na região, Ayres ressalta que os usuários que optarem por trocar o carro pelo transporte hidroviário vão economizar mais sem os custos com combustível. O preço do tíquete da travessia de Porto Alegre a Guaíba é R$ 15,00.


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