Porto Alegre: solução para a Casa Azul é novamente adiada

A possibilidade considerada mais simples pelo município de Porto Alegre para resolver o problema com o casarão localizado no cruzamento entre as ruas Riachuelo e Marechal Floriano, no Centro Histórico, acabou descartada, nesta terça-feira. A Procuradoria-Geral do Município (PGM) e o Ministério Público (MP) não conseguiram acordo com a Justiça para que a reforma da fachada da Casa Azul, que corre risco de desabar, seja paga com valores de uma ação em que os herdeiros receberão de um imóvel localizado em Viamão.

Em outra ação envolvendo um prédio da família, que consta na lista de imóveis inventariados da Capital, o antigo hotel Aliado, localizado na avenida Voluntários da Pátria, o juiz titular da causa já bloqueou valores da indenização referente a Viamão para que o edifício seja recuperado. Conforme o procurador-geral adjunto de Domínio Público, Nelson Marisco, uma audiência para tentar pacificar a questão terminou sem êxito nesta terça-feira.

“Explicamos que a situação da Casa Azul é muito mais delicada porque a residência apresenta risco de queda, diferentemente do imóvel localizado na Voluntários, mas não foi possível modificar a decisão”, ressaltou. A indenização a receber pela família é de aproximadamente R$ 5 milhões, enquanto a recuperação da fachada da Casa Azul, construída no fim do século 19, dispende de R$ 540 mil.

Segundo o procurador, a próxima alternativa é tentar convencer o juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre a também determinar bloqueio de bens. As ruas Riachuelo e Marechal Floriano seguem bloqueadas, desde maio do ano passado, devido a interdição judicial por risco de desmoronamento de estruturas da Casa Azul. Com isso, a Empresa Pública de Transport e Circulação (EPTC) se obrigou a inverter sentidos em ruas do entorno e a readequar a sinalização.