Porto Alegre terá nova casa de acolhimento para mulheres vítimas de violência

Porto Alegre terá nova casa de acolhimento para mulheres vítimas de violência

Local terá funcionamento 24 horas por dia e as mulheres serão encaminhadas de acordo com a sua situação

Felipe Uhr

Anúncio foi feito pelo secretário de Desenvolvimento Social do município, Léo Voigt

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Porto Alegre terá mais uma casa de acolhimento para mulheres vítimas de violência. O anúncio foi feito nesta terça-feira pelo secretário de Desenvolvimento Social do município, Léo Voigt, durante o MenuPOA, realizado no Salão Nobre do Palácio do Comércio, sede da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), com a presença de empresários, autoridades e membros da sociedade civil organizada. “Já temos a casa Viva Maria, a casa Lilás, que é para mulheres que precisam de algum tipo de acolhimento, e agora vamos ter uma casa atendendo principalmente um pedido das Delegacias das Mulheres”, revelou o titular da pasta.

O lugar terá funcionamento 24 horas por dia e as mulheres serão encaminhadas de acordo com a sua situação. O secretário deu alguns detalhes da estrutura que será ofertada às vítimas. “A casa de passagem é um equipamento maravilhoso, são 20 suítes com calefação, afastada do centro urbano, com pomares, com segurança, onde elas vão poder ficar inteiramente protegidas.” Cada suíte terá espaço para cinco mulheres. O local, que terá seu endereço sob sigilo, deve ser inaugurado até metade de setembro, segundo a Secretaria. 

Ainda durante o evento, o secretário comentou os desafios da pasta, que conta com orçamento anual de R$ 60 milhões para proteção de direitos e assistência social. “Precisamos trabalhar com essa expansão da pobreza, com um número cada vez maior”, pontuou. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas apresentados por Voigt, Porto Alegre hoje tem mais de 200 mil pessoas na linha da pobreza e outros milhares abaixo dela. “Nós fizemos o cruzamento de dados e chegamos no número de que são 37,2 mil miseráveis que vivem abaixo da linha da pobreza”, disse. Outro desafio é a inclusão da população de rua, calculada hoje entre mil e 1,5 mil pessoas. 

O secretário Léo Voigt informou o trabalho que já vem sendo feito nesse sentido. “Todos os moradores de rua que aceitaram algum tipo de acolhimento foram acolhidos, mais de mil aceitaram ingressar em algum sistema de abrigo, de albergue ou hospedagem e moradia social. Os que remanescem na rua são mais resistentes, não aceitam o acolhimento”, explicou. 

O secretário do Desenvolvimento Social ainda falou sobre o combate à fome que o município, junto com a sociedade como um todo, deve realizar. “A cidade tem que enfrentar com qualidade o tema da fome”, falou. Para ele, apenas cestas básicas não são o suficiente para resolver o problema. “É necessário garantir segurança alimentar, qualidade e autonomia alimentar, e isso é uma política mais complexa.”


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