Prédio do Incra é invadido por mulheres da Via Campesina em Porto Alegre

Prédio do Incra é invadido por mulheres da Via Campesina em Porto Alegre

Manifestantes se reúnem com a Superintendência do Ministério da Agricultura

Correio do Povo

Manifestantes emtraram na sede do Incra em Porto Alegre

publicidade

Cerca de 500 mulheres integrantes da Via Campesina e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), invadiram, por volta das 11h desta sexta-feira, o prédio do Instituto Nacional Colonização Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre. O edifício fica na avenida Loureiro da Silva, no Centro da Capital. De acordo com a assessoria de imprensa dos manifestantes, o objetivo era chegar até a sede do Ministério do Desenvolvimento Agrária. O grupo, no entanto, foi chamado para uma reunião com a Superintendência do Ministério da Agricultura.

A ocupação busca dar visibilidade à pauta geral do movimento, reivindicando maior agilidade na aquisição de terras, marcação de lotes e fornecimento de água potável para as famílias assentadas. As mulheres reivindicam ainda a desburocratização do Programa Apoio Mulher e do Crédito Instalação - ofertado pelo Incra -, fonte de financiamento para produção das mulheres na agricultura camponesa e reforma agrária.

A invasão integra a Jornada Nacional de Luta das Mulheres do Campo e da Cidade/RS, realizada desde 2006 e que congrega ações articuladas nacionalmente pelas mulheres dos movimentos que compõem a Via Campesina, pelas mulheres do Movimento dos Trabalhadores Desempregados e do Levante Popular da Juventude. “Ao longo desses anos, diversas ações foram protagonizadas pelas mulheres como forma de luta e resistência à opressão e à dominação que sofrem na esfera privada e pública pelo sistema machista e patriarcal”, salientou a coordenadora do MST/RS, Arlete Vulcão.

Arlete observa que a Jornada aglutina as demandas das mulheres dos movimentos sociais através de ações conjuntas, que evidenciam as diversas formas de violência sofridas no cotidiano. Em 2013, o tema “Por vida e soberania alimentar, basta de violência contra a mulher” apresenta as diversas formas de violência contra as mulheres, como a violação dos direitos humanos, ausência de políticas para produção de alimentos saudáveis, além ausência de uma política de moradia para o campo e para a cidade.

”A redução dessa violência passa pela realização de uma reforma agrária”, sintetizou. Arlete disse que as mulheres vinculadas ao MST/RS querem a agilização dos processos da reforma agrária no Rio Grande do Sul. “Estamos cansadas. Queremos terra, infraestrutura, saúde, educação, rodovias, água e energia elétrica”, frisou. Segundo ela, há uma “miséria” de famílias acampadas no Estado, não entendendo o motivo da demora na concretização dos assentamentos. “Temos assentamentos criados há mais de 20 anos sem água e sem acesso por estrada. Ficaremos na sede do Incra até que haja avanços nas negociações de nossa pauta”, enfatizou.

Bookmark and Share

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895