Prédio ocupado no Centro de Porto Alegre está vazio há 10 anos

Prédio ocupado no Centro de Porto Alegre está vazio há 10 anos

Ato em apoio à ocupação ocorre no final da tarde

Correio do Povo

Prédio ocupado no Centro de Porto Alegre está vazio há 10 anos

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*Com informações do repórter Cláudio Isaías

O prédio ocupado desde sábado na esquina das ruas Andrade Neves e General Câmara, no Centro de Porto Alegre, estava vazio há uma década, afirmou nesta segunda-feira a coordenadora do Movimento de Luta dos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), Nana Sanches. As 98 famílias que estão no local, cerca de 300 pessoas, são de três regiões da Capital: Morro da Cruz, Vila Chocolatão e Lomba do Pinheiro.

Jussara Vaz dos Santos está desempregada devido a problemas de saúde e morava de aluguel com mais dez pessoas na Vila Chocolatão. Doméstica, ela afirmou que foi para a ocupação porque precisa de um lugar para morar e não tem mais condições de pagar pela moradia que tinha na zona Norte de Porto Alegre. Com ela moram o marido, três filhos, o genro e cinco netos.

Já Ana Maria Bom Fim, moradora da Lomba do Pinheiro, vivia com a filha, e quer um local para para poder ter mais independência. Ela, o marido e mais quatro filhos estão na ocupação desde sábado. Segundo ela, a família tentou se inscrever no programa Minha Casa, Minha Vida, mas não foi contemplada.

Um carro do Batalhão de Operações Especiais está no local, mas não há ordem de reintegração de posse. O veículo apenas monitora o local, que pertence ao Ministério Público.

No final da tarde desta segunda-feira, às 18h, está programado um ato de apoio a ocupação Lanceiros Negros. A manifestação ocorrerá no próprio prédio. Segundo a coordenação da MLB, os moradores precisam de doações. A prioridade é para comida, produtos de higiene e limpeza. Além disso, as famílias pedem material escolar e brinquedo para as crianças.

Lanceiros Negros

A ocupação recebeu o nome de Lanceiros Negros para lembrar os 171 anos do episódio do "Massacre dos Porongos", ao final da Guerra dos Farrapos, quando centenas de escravos - chamados de “lanceiros negros” - foram mortos, entre os dias 13 e 14 de novembro. A chacina teria sido acertada em um acordo entre o líder farrapo Davi Canabarro e o comando do Exército imperial.



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