Próximo do colapso, RS aciona fase mais crítica do Plano de Contingência ao Coronavírus

Próximo do colapso, RS aciona fase mais crítica do Plano de Contingência ao Coronavírus

Secretária de Saúde, Arita Bergmann, alerta para 200 mortes por dia se "medidas urgentes" não forem tomadas

Correio do Povo

Mais de 92 mil brasileiros em decorrência da Covid-19

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O Palácio Piratini anunciou, em reunião na tarde desta quinta-feira, o acionamento da Fase 4, Nível C do Plano de Contingência, a última e mais crítica etapa do plano estadual de enfrentamento ao coronavírus. Em reunião virtual, entre o governo do Rio Grande do Sul e a Famurs, a secretária de Saúde, Arita Bergmann, destacou a situação próximo do colapso que vive o RS, com mais de 90% da ocupação de UTIs, e orientou o uso de todas as estruturas hospitalares para o atendimento de pacientes. 

"Usem toda a estrutura do hospital, usem o bloco de cirugica, as salas de recuperações. Vamos criar ambientes pra receber mais gente, tudo aquilo que for possível. Esgotamos inclusive a possibilidade de buscar qualquer outra alternativa para acolher as pessoas, especialmente nas UTIs", anunciou a secretária, ao dizer que mesmo a abertura de 60 novos leitos de UTIs por dia seria insuficiente para atender a demanda. 

Junto à ocupação dessas áreas a serem disponibilizadas, deverão também ser acionadas as equipes técnicas desses setores, especialmente as equipes médicas e de enfermagem. Cirurgias eletivas (com exceção das cirurgias de urgência ou que representem risco para o paciente), devem ser urgentemente suspensas em todo o Estado.

De acordo com Arita, não é possível identificar uma resposta para o aumento tão acelerado de pacientes em estado crítico pela Covid-19. "Em janeiro, não tínhamos a noção de que estaríamos nesta situação", disse. De janeiro para fevereiro, mais que dobrou o número de pessoas em UTIs - de 2.838 pessoas para 4.714. E a situação seguiu crítica. De ontem pra hoje, foram 211 novos pacientes internados, totalizando, nesta quinta-feira, 4.973 pacientes. 

"Temos que tomar medidas urgentes. Se hoje temos 12.029 vidas que perdemos para a Covid-19, se nada for feito, teremos uma média de no mínimo 200 óbitos/dia. E no dia 15 de março, chegaremos a 15 mil óbitos", alertou. Em reunião, o governo estadual defende a suspensão, por ao menos uma semana, da cogestão do Distanciamento Controlado.

O Plano de Contingência Hospitalar foi elaborado no início da pandemia e já teve novas versões que acompanharam o avanço da doença. O plano é estruturado em quatro fases e cada uma das etapas sinaliza as ações e a forma como a SES deve organizar os serviços hospitalares e a movimentação da rede para acesso dos pacientes aos serviços.


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