Praça da Matriz será revitalizada
Restauração pode trazer novidades históricas sobre o passado da Capital
publicidade
Está prevista a restauração dos passeios de pedras portuguesas do início do século passado e da iluminação que será ampliada, mais a reforma de todos os bancos e dos gradis. Além disso, haverá a retirada do asfalto das ruas que fazem o seu contorno, dando vida novamente às grandes pedras, como na avenida Sepúlveda.
Ponto turístico, a Matriz, que oficialmente se chama Marechal Deodoro, está cercada pelo Palácio Piratini, pela Assembleia Legislativa e pelo Palácio da Justiça, representando a praça dos Três Poderes. Compõem o cenário ainda o Teatro São Pedro, o Memorial do Ministério Público e a Catedral Metropolitana. Mas o seu valor histórico e simbólico é bem maior do que sua localização. Foi na Matriz que a cidade de Porto Alegre efetivamente começou, uma vez que estava localizada no ápice de uma colina e de onde era possível controlar as embarcações e a movimentação no entorno, recorda o historiador Sérgio da Costa Franco. “A Praça da Matriz foi cenário de quase tudo o que aconteceu na política gaúcha, desde a Monarquia até os dias atuais”, lembra.
Com o início da restauração existe a expectativa de importantes descobertas históricas. Há relatos de que embaixo da praça esteja o primeiro cemitério da Capital. Assim, a obra será acompanhada de arqueologistas e historiadores. “Aprendemos muito durante a obra de restauração da Praça da Alfândega. Sabemos que poderemos encontrar muitas coisas durante a obra”, ressalta Briane Bicca, que coordena o PAC Cidades Históricas de Porto Alegre.
Principais acontecimentos ocorridos na praça
Pronunciamento militar dos Menna Barreto em solidariedade a Dom Pedro I (19 de junho de 1823).
Recepção ao imperador dom Pedro II (1865).
Aclamação da República (1889).
Deposição de Júlio de Castilhos (1891) e recondução ao governo (1892).
Manifestações de grevistas que paralisaram a cidade (1917).
Sessões na Assembleia Legislativa que reconheceram a reeleição de Borges (1922), estopim da Revolução de 1923.
Atos da Constituinte Estadual (1947).
Campanha da Legalidade (1961).
Sessões da Constituinte no Palácio Farroupilha (1989).
Fonte: Memorial do Ministério Público