Prefeitura apresenta proposta de revisão da estrutura cicloviária de Porto Alegre

Prefeitura apresenta proposta de revisão da estrutura cicloviária de Porto Alegre

Apresentação foi feita nesta terça em reunião da Comissão de Urbanização da Câmara Municipal

Felipe Faleiro

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A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SMMU) de Porto Alegre apresentou, na manhã desta terça-feira, as propostas de melhorias da estrutura cicloviária da Capital, dentro do Plano Cicloviário, cujas diretrizes preveem a revisão a cada dez anos. O documento foi apresentado em reunião da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Jessé Sangalli, também mediador do encontro. Parlamentares, cicloativistas e demais representantes da Prefeitura estiveram presentes. 

A SMMU pretende fazer um grande seminário de um dia em setembro, tanto a partir das sugestões colhidas no encontro, quanto em reuniões setoriais representativas com demais membros da sociedade. “Nosso objetivo principal é abrir um canal de diálogo, o qual estamos iniciando agora, com entidades do comércio, indústria, serviços e usuários, abrindo a discussão do uso da bicicleta, seja para uso diário, lazer ou esporte”, afirmou o secretário da SMMU, Adão de Castro Júnior, que apresentou a proposta junto à diretora de Mobilidade Urbana, Carla Meinecke.

Atualmente, a Capital tem cerca de 70 quilômetros de rede cicloviária, sendo 57,59 quilômetros de ciclovia, 9,35 km de ciclofaixa e 3,05 km de rede compartilhada. A intenção é ampliar a malha para um número ainda indefinido, onde pedestres e ciclistas circulam em conjunto, com prioridade para os primeiros. Há oito grandes áreas onde há circulação de ciclistas na cidade, com objetivos distintos, de acordo com a estrutura já existente, e considerando possíveis novas rotas, dentro das necessidades da comunidade.

Por exemplo, há a intenção de ampliar as integrações nos bairros, especialmente com terminais de ônibus, universidades e Trensurb, bem como disponibilizar estações do serviço de bikes compartilhadas em pontos atrativos ao público, como shoppings. “Hoje, elas se concentram muito no Centro Histórico. Nossa ideia é promover esta ampliação, permitindo que se possa descer do ônibus e pegar uma bicicleta, ou o contrário, ir da bicicleta até o transporte público”, disse Júnior. 

Há 41 estações do tipo em Porto Alegre, com um total de 410 bicicletas, fazendo, em média, 4 mil viagens por dia. Com os novos credenciamentos, a SMMU afirma esperar que os números aumentem para 100 estações e 1 mil bicicletas até 2024, permitindo que se alugue bikes adultas ou infantis e elétricas, o que não é possível no sistema atual. Os questionamentos na reunião se basearam na expectativa de como fazer para que o público em geral se sinta seguro no tráfego nas ciclovias, bem como no compartilhamento de espaço com outros modais, a exemplo do carro.

Uso por pedestres

O vereador Alvoni Medina, também da Cuthab, disse também estar preocupado com a circulação de idosos, pessoas com deficiência física, visual e mobilidade reduzida, cadeirantes e mães que transitam com carrinhos de bebê. Mesmo em calçadas, elas são por vezes prejudicadas com bicicletas em trechos onde não existem ciclovias. “Olhando o sentido geral, fazemos com que as pessoas tenham dignidade e sejam respeitadas na nossa cidade. Várias pessoas já entraram em contato conosco porque caíram usando as calçadas e tropeçaram com o piso solto”, observou.

A representante da organização Bike Anjo, Tássia Furtado, afirmou que o uso da bicicleta amplia o sentimento comunitário e promove humanização. “Temos tudo para transformar Porto Alegre em cidade cicloviária e que entende a importância do transporte compartilhado”, afirmou. O ex-vereador e ciclista Marcelo Sgarbossa falou que as pessoas se sentem mais seguras andando nas ciclovias, mas defendeu o uso delas também por pedestres. “Existe aquela frase: construa e eles virão. Quando se fala ciclovia, falamos em cidade mais humana”, comentou Sgarbossa.

Ele ainda falou a respeito do Plano Diretor Cicloviário Integrado (PDCI), criado em 2009 e que deverá ser revisado a partir do seminário de setembro, e questionou a atribuição do Conselho Diretor do Plano Cicloviário, que não se reúne há três anos e meio, segundo o secretário Adão. A Prefeitura também abordou a necessidade de manutenção das faixas a serem desenvolvidas, com apoio de outras secretarias, e o secretário Adão disse ainda que a ideia é visitar o Conselho. “Queremos compreender porque ele está parado e estabelecer um novo fluxo de trabalho”, disse.


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