Prefeitura de Porto Alegre estuda vender terreno da Carris separadamente

Prefeitura de Porto Alegre estuda vender terreno da Carris separadamente

Área de 6 hectares está avaliada em torno de R$ 90 milhões

Felipe Uhr

Área de 5,9 hectares foi reavaliada em torno de R$ 69 milhões

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Um novo modelo de venda está sendo estudado para a Carris. Nele, uma das estatais mais antiga do país poderia ser vendida de duas maneiras: com o terreno ou sem ele. “A empresa que quiser comprar a Carris poderá escolher se vai querer ou não o terreno”, explica a secretária de Parcerias de Porto Alegre, Ana Pellini. Neste caso o terreno, avaliado em R$ 90 milhões poderia ser comprado por outra empresa. “Me parece lógico que uma empresa de ônibus possa não querer comprar o terreno, que é o valor mais alto”.

Se trata de uma área de 6 hectares divididos em duas matrículas. Juntas elas valiam em torno de R$ 56 milhões em 2020, segundo o estudo de mercado feito pela empresa "Valor e Foco", R$ 34 milhões a menos do que informou o balanço de 2021 da empresa. Um novo pedido avaliação do valor do terreno foi feito para a Secretaria da Fazenda.

 

Edital

A nova ideia veio a partir de uma consulta pública para o edital, lançado em abril. Uma audiência pública foi feita em maio. “Nós recebemos diversas sugestões, tanto de empresas, como de pessoas”, revelou Ana. No documento, a Prefeitura sinaliza R$ 125 milhões como valor de venda da Carris, contando terreno, frota e outros patrimônios da empresa. Deste valor, R$ 10 milhões deverão ser pago antes da assinatura do contrato e o restante seria pago em 168 parcelas mensais. Porém, se o novo molde for usado esses valores mudariam. “Faríamos uma nova conta”, salienta Pellini. O novo formato de venda seria um atrativo já prevê um valor menor de custo para a empresa que substituir as operações da Estatal. “Precisamos vendê-la de qualquer jeito para não precisar liquidá-la. Vamos deixar o edital mais atrativo para o mercado”, justifica.

A Prefeitura aguarda resposta da Procuradoria-Geral do Município (PGM) para acrescentar o novo modelo ao Edital que deverá ser lançado até setembro. “Queremos saber se não há ilegalidade”. Com o edital pronto a Prefeitura ainda pretende fazer novas consulta e audiência pública, e depois disso encaminhar o documento para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) analisar o que deve durar cerca de 60 dias. “A ideia é lançar o edital de venda em dezembro ou janeiro”, esclarece a secretária da pasta. Com todo os trâmites ocorrendo normalmente a previsão é que a empresa totalmente privatizada em torno de abril ou maio.

Clima de incertezas

Às vésperas de completar 150 anos, o clima interno da Carris não parece ser o melhor para comemorações. “Estamos aflitos e ansiosos”, admite o funcionário Marcelo Weber, integrante Comissão de Funcionários da empresa. Segundo ele a falta de esclarecimento em relação ao futuro dos funcionários gera um mal estar. “Não sabemos o que vai acontecer, pedimos uma reunião com a diretoria”. Apesar da incerteza a Comissão pretende realizar um ato no Parque da Redenção no domingo, data de fundação da empresa. A comemoração entre os funcionários deve ocorrer na próxima quarta, dia 21.

Foto: Ricardo Giusti


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