Prefeitura de Porto Alegre faz vistoria no Paço Municipal após ocupação de servidores
Danos foram registrados no prédio do Executivo
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Com receio de uma nova ocupação, a Guarda Municipal de Porto Alegre reforçou a segurança com mais de 30 agentes na entrada do Paço Municipal e o acesso ocorria somente após identificação. Na terça-feira, os funcionários municipais que estão em greve há 10 dias ocuparam o salão Nobre e as escadarias do prédio para pedir a abertura das negociações com o prefeito Nelson Marchezan Júnior. Nesta manhã, o prefeito defendeu a ilegalidade da ocupação da prefeitura e refutou a possibilidade de se reunir com os servidores municipais.
Em entrevista à Rádio Guaíba, o chefe do Executivo disse que não será concedida audiência enquanto “a greve ilegal não acabar”. “Enquanto não acabar a greve e não determinarem outros interlocutores e não os invasores da prefeitura, vândalos e criminosos não haverá um minuto de reunião com essas pessoas”, disse Marchezan. O prefeito afirmou ainda que a ocupação do prédio da prefeitura foi um "ato criminoso" e que, após identificação dos envolvidos, "medidas penais e administrativas serão tomadas".
Os servidores ligados ao Sindicado dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) ocuparam o Paço Municipal por cerca de dez horas na terça-feira. A categoria exigia a abertura de diálogo com o prefeito e alegou que, desde abril, aguarda uma reunião com Nelson Marchezan Júnior para tratar da pauta de reivindicações, entre elas a reposição salarial. Eles deixaram o prédio, após uma decisão judicial, que previa multa de R$ 200 mil por hora de descumprimento. Em nota oficial, a prefeitura afirmou que a terça-feira, 7 de agosto, foi um dia triste para Porto Alegre. "A direção do Simpa - composta por militantes políticos filiados ao PT, PSOL e PCdoB - patrocinou uma invasão truculenta do Paço Municipal, no Centro Histórico. Nem de longe as duas centenas de militantes partidários, travestidos de sindicalistas, representam os servidores do município".
O documento diz que o "governo municipal já discutiu amplamente com a sociedade os projetos estruturantes. Agora, eles estão no local adequado para o debate - a Câmara de Vereadores. A prefeitura, diz a nota, "não negocia com uma minoria radical que não representa a totalidade dos servidores municipais". A nota assinada pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior diz que a "democracia só é exercida com respeito às instituições. Infelizmente, vivemos neste dia 7 de agosto de 2018 um momento de exceção: autoritário e profundamente antidemocrático por parte da direção do Simpa. É preciso restabelecer a convivência pacífica, com respeito às opiniões contrárias. A violência e a baderna não levam a nada. Porto Alegre não merece este tipo de comportamento".