Prefeitura de Porto Alegre faz vistoria no Paço Municipal após ocupação de servidores

Prefeitura de Porto Alegre faz vistoria no Paço Municipal após ocupação de servidores

Danos foram registrados no prédio do Executivo

Cláudio Isaías

Guarda Municipal reforçou segurança na prefeitura nesta quarta-feira

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 A prefeitura de Porto Alegre realizou na madrugada desta quarta-feira uma vistoria no Paço Municipal e constatou alguns danos ao patrimônio publico com a ocupação do Paço Municipal pelos servidores em greve. Segundo a prefeitura, no prédio havia muita sujeira como restos de alimentos, baganas de cigarro, garrafas de água e móveis fora do lugar. Algumas portas dos gabinetes no segundo andar também foram atingidas por chutes que acabaram por prejudicar as fechaduras.



Com receio de uma nova ocupação, a Guarda Municipal de Porto Alegre reforçou a segurança com mais de 30 agentes na entrada do Paço Municipal e o acesso ocorria somente após identificação. Na terça-feira, os funcionários municipais que estão em greve há 10 dias ocuparam o salão Nobre e as escadarias do prédio para pedir a abertura das negociações com o prefeito Nelson Marchezan Júnior. Nesta manhã, o prefeito defendeu a ilegalidade da ocupação da prefeitura e refutou a possibilidade de se reunir com os servidores municipais.

Em entrevista à Rádio Guaíba, o chefe do Executivo disse que não será concedida audiência enquanto “a greve ilegal não acabar”. “Enquanto não acabar a greve e não determinarem outros interlocutores e não os invasores da prefeitura, vândalos e criminosos não haverá um minuto de reunião com essas pessoas”, disse Marchezan. O prefeito afirmou ainda que a ocupação do prédio da prefeitura foi um "ato criminoso" e que, após identificação dos envolvidos, "medidas penais e administrativas serão tomadas".

Os servidores ligados ao Sindicado dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) ocuparam o Paço Municipal por cerca de dez horas na terça-feira. A categoria exigia a abertura de diálogo com o prefeito e alegou que, desde abril, aguarda uma reunião com Nelson Marchezan Júnior para tratar da pauta de reivindicações, entre elas a reposição salarial. Eles deixaram o prédio, após uma decisão judicial, que previa multa de R$ 200 mil por hora de descumprimento. Em nota oficial, a prefeitura afirmou que a terça-feira, 7 de agosto, foi um dia triste para Porto Alegre. "A direção do Simpa - composta por militantes políticos filiados ao PT, PSOL e PCdoB - patrocinou uma invasão truculenta do Paço Municipal, no Centro Histórico. Nem de longe as duas centenas de militantes partidários, travestidos de sindicalistas, representam os servidores do município".

O documento diz que o "governo municipal já discutiu amplamente com a sociedade os projetos estruturantes. Agora, eles estão no local adequado para o debate - a Câmara de Vereadores. A prefeitura, diz a nota, "não negocia com uma minoria radical que não representa a totalidade dos servidores municipais". A nota assinada pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior diz que a "democracia só é exercida com respeito às instituições. Infelizmente, vivemos neste dia 7 de agosto de 2018 um momento de exceção: autoritário e profundamente antidemocrático por parte da direção do Simpa. É preciso restabelecer a convivência pacífica, com respeito às opiniões contrárias. A violência e a baderna não levam a nada. Porto Alegre não merece este tipo de comportamento".

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