Prefeitura de SP diz que 31 famílias de prédio que desabou devem receber auxílio-moradia

Prefeitura de SP diz que 31 famílias de prédio que desabou devem receber auxílio-moradia

Grupo acampado em frente ao edifício só deixará local após benefício ser estendido para todos desabrigados

Agência Brasil

Edifício pegou fogo no dia 1º de maio deste ano

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A prefeitura de São Paulo informou na quarta-feira que faltam 31 famílias para receber o auxílio-moradia, de um total de 291 famílias que, de acordo com o município, comprovaram vínculo com a ocupação do Edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou após o incêndio em 1º de maio na capital paulista. Já o movimento organizado de desabrigados, que está acampado no Largo do Paissandu desde o incidente, disse que 48 famílias não foram contempladas com o auxílio-moradia. De acordo com a prefeitura, as 31 famílias restantes não receberam o valor porque ainda não compareceram para retirada do auxílio ou apresentaram problemas em alguma documentação.

Os desabrigados dizem que apresentaram documentos ou passaram por entrevistas para comprovação de que moravam no prédio desabado, no entanto, essas 48 famílias não receberão o benefício. O grupo acampado no Largo do Paissandu, em frente ao prédio que desabou, disse que só deixará o local após todas as famílias com direito receberem efetivamente o benefício.

"Não aprovaram eles para receber (o auxílio-moradia). Eles comprovaram tudo com comprovante de endereço que pediram, mas só que falaram que essas 48 famílias que estão no Paissandu não vão receber e que agora estão em situação de rua", disse Tatiane Ribeiro de Souza, 37, uma das lideranças do grupo de desabrigados que está no Largo do Paissandu. "Aqui não tem morador de rua, aqui tem trabalhador que vivia no prédio, morava em uma ocupação".

A Defensoria Pública do Estado, que acompanha a situação dos desabrigados, informou que, até a última sexta-feira, ainda existiam famílias cadastradas que não tinham recebido o benefício, e que acompanha o caso com a prefeitura.

Pagamento

A administração informou, em nota, que todos "os valores estão disponíveis e espera que até o final dessa semana todos os saques tenham sido efetivados, sem qualquer problema". As famílias já beneficiadas recebem um valor inicial de R$ 1.200, além de 11 parcelas de R$ 400 pagas pelo estado. A partir do 13º mês, o pagamento será feito pela prefeitura, até as famílias receberem uma moradia. O processo de cadastro das famílias foi encerrado na terça-feira, de acordo com a prefeitura.

A Secretaria Municipal de Habitação informa que analisou 435 pedidos de famílias, sendo que 171 já tinham cadastro prévio e outras 264 passaram por estudo de caso. Do total de pedidos, a prefeitura aceitou o vínculo com a ocupação de 291 famílias, que, segundo uma pesquisa de campo da administração, comprovaram moradia com depoimentos informais, dados sobre o andar, dormitório ou relatos de vizinhos.

A prefeitura informou que deu parecer desfavorável a 144 famílias para receber o auxílio-moradia, pois, segundo o município, não comprovaram vínculo com a ocupação após o trabalho de pesquisa, sendo que 44 estavam acampados no Largo do Paissandu, segundo a administração municipal.

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