Prefeitura e Carris debatem corte de custos da empresa

Prefeitura e Carris debatem corte de custos da empresa

Pedido de redução de gastos partiu do prefeito Sebastião Melo

Jessica Hübler

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A Prefeitura de Porto Alegre e a diretoria da Carris estão realizando uma série de reuniões para discutir as possibilidades de elaboração de um plano de contingenciamento imediato com o objetivo de reduzir os custos da empresa. O corte de despesas atende à determinação do prefeito Sebastião Melo, a partir de novo pedido de repasse de R$ 6 milhões feito pela empresa para honrar compromissos, entre eles a folha de pagamento dos funcionários.

A prefeitura já repassou neste ano, até junho, R$ 35 milhões à Carris. Para quitar os salários, o prefeito autorizou a transferência de R$ 2 milhões até esta sexta-feira, condicionada à finalização da proposta de corte de despesas. "As receitas da prefeitura são limitadas e as despesas com serviços são crescentes. Não vamos continuar aplicando dinheiro do cidadão em uma empresa que hoje custa o dobro do que fatura mensalmente, precisando do Município para sustentar a operação. O corte de custos é urgente", afirmou o prefeito.

De acordo com o diretor da Carris, Mauricio Cunha, o pagamento de julho dos funcionários da empresa precisou ser dividido em duas parcelas por conta da falta do aporte de R$ 6 milhões que seria necessário para quitar a folha de pagamento. Segundo ele, o plano de contingenciamento está sendo elaborado e as linhas gerais já estão definidas. A partir de agora, Cunha esclareceu que será necessário detalhar todas as etapas para que de fato seja possível reduzir os custos.

"Estamos elaborando um plano drástico de corte de despesas, agora estamos construindo as bases dele. A Carris hoje arrecada, em números arredondados, R$ 6 milhões e tem uma despesa mensal de R$ 12 milhões. Ou seja, tem R$ 6 milhões faltando e a Prefeitura tem dito que não pode aportar esse valor mensal aqui", destacou. Segundo Cunha, a direção chegou à Carris ciente da situação e está no quarto mês de trabalho. "É difícil diminuir a despesa pela metade em pouco tempo, pretendemos realizar isso, mas com mais tempo de trabalho", declarou.

Cunha ainda reforçou que a solução não é como desligar uma tomada e "está resolvido o problema". "Temos despesas fixas importantes muito difíceis de aportar, não passaria por diminuição de linhas, agora estamos construindo esse plano que depende de economistas, juristas, estamos trazendo a Procuradoria-Geral do Município para trabalhar nisso também, mas a diretriz do plano está traçada, agora temos que afinar numeros e passar para o prefeito", pontuou. 


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