Prefeitura emite alerta sobre risco de leptospirose em Porto Alegre

Prefeitura emite alerta sobre risco de leptospirose em Porto Alegre

Cidade está mais suscetível à doença devido aos alagamentos provocados pela chuva

Correio do Povo

Ao menos 29 vias ficaram alagadas em Porto Alegre devido à chuva

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A Secretaria Municipal de Saúde emitou alerta sobre os riscos de leptospirose em Porto Alegre, devido aos alagamentos provocados pelas fortes chuvas que atingiram a cidade na semana passada. A doença é contraída através do contato com água contaminada por urina de roedores.

"A Equipe de Vigilância das Doenças Transmissíveis (EVDT) alerta que, devido às fortes chuvas e inundações que ocorrem em Porto Alegre e região metropolitana nos últimos dias, muitas pessoas estão em contato com água possivelmente contaminada por urina de roedores. Mesmo não domiciliadas nos locais alagados, inúmeras pessoas ajudam ou envolvem-se em atividades nas áreas de risco de contaminação (de leptospirose).", ressalta o boletim. 

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A SMS pede aos profissionais da saúde que fiquem atentos aos sinais e sintomas compatíveis com a doença: febre de início súbito, mialgias, cefaléia, associados à sufusão conjuntival, náusea e/ou vômitos, calafrios, alterações do volume urinário, icterícia, fenômenos hemorrágicos e/ou alterações hepáticas compatíveis com Leptospirose ictérica ou
anictérica grave". Os sintomas podem se apresentar em até 21 dias após o contato com a água contaminada.

Médico da secretaria de Saúde, Benjamin Roitman lembra que a leptospirose é um agravo de ocorrência sazonal. “Em meses mais chuvosos, com temperaturas mais elevadas e contato da população com alagamentos ou enxurradas, a incidência aumenta e, da mesma forma, diminui em períodos de maior seca ou frio. As condições de saneamento ambiental também são determinantes para o aparecimento da doença”, enfatiza o coordenador da EVDT.

Desde 1995, a Prefeitura monitora locais de possível contaminação de leptospirose. As principais áreas de risco são os bairros Partenon, Arquipélago, Sarandi, e Ruben Berta, Lomba do Pinheiro e Cel. Aparício Borges.

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Casos registrados

De acordo com os dados mais recentes da vigilância da leptospirose, entre 2012 e 2017 foram confirmados na Capital 207 casos da doença. Nos últimos três anos, incluindo 2017, os números são de 54 em 2015, 36 em 2016 e neste ano, até o mês de agosto, foram confirmados 35, sendo maior incidência detectada no bairro Arquipélago (cinco casos), Sarandi (quatro) e Ruben Berta, Lomba do Pinheiro e Cel. Aparício Borges com três confirmações cada. O número total de óbitos entre 2012 e 2017 chega a 21 (2012 e 2013 três mortes; 2014, quatro; 2015, sete óbitos; 2016, um óbito; e, em 2017, três óbitos).

Leptospirose

A leptospirose é doença infecciosa causada por uma bactéria chamada leptospira, presente na urina de ratos e outros animais, e que é transmitida ao homem através de água contaminada. Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama. Qualquer pessoa que tenha contato com a água das chuvas ou lama contaminadas poderá se infectar.

As leptospiras presentes na água penetram no corpo humano pela pele, principalmente se houver algum arranhão ou ferimento. Também há preocupação com o risco de hepatite viral do tipo A, cuja contaminação ocorre através de ingestão de água ou alimentos contaminados, especialmente crianças e adolescentes.

Por isso, qualquer pessoa que apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo alguns dias depois de ter entrado em contato com as águas de enchente ou esgoto, deve procurar imediatamente o – ou ser levada ao - serviço de saúde mais próximo.

Prevenção


Para prevenir a doença, deve-se evitar o contato com água ou lama de enchentes. Pessoas que trabalham na limpeza de lamas, entulhos e desentupimento de esgoto se recomenda o uso de botas e luvas de borracha. Caso não seja possível, a alternativa é a utilização de sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés.

Após a limpeza do local afetado por inundação, é indicado o uso de hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária), segundo a Secretaria Municipal de Saúde. O produto mata as leptospiras e deverá ser utilizado para desinfetar reservatórios de água (um litro de água sanitária para cada mil litros de água do reservatório), locais e objetos que entraram em contato com água ou lama contaminada (um copo de água sanitária em um balde de 20 litros de água). Importante lembrar que durante os processos de limpeza e de desinfecção de locais onde houve inundação, deve-se também proteger pés e mãos do contato com a água.

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