Prefeitura lança programa para reduzir número de pessoas em situação de rua em Porto Alegre

Prefeitura lança programa para reduzir número de pessoas em situação de rua em Porto Alegre

Atualmente, 2,5 mil pessoas usam a rua como domicílio na Capital

Cláudio Isaías

Atualmente, 2,5 mil pessoas usam a rua como domicílio na Capital

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Com a proposta de buscar o atendimento territorial das pessoas em situação de rua em Porto Alegre, a prefeitura lançou o plano Ação Rua-Adultos nesta terça-feira. A solenidade realizada no abrigo Marlene, no bairro Menino Deus, contou com as presenças do prefeito Sebastião Melo e do secretário Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS), Léo Voigt, que apresentou as propostas para o atendimento da população em situação de vulnerabilidade social.

Melo afirmou que é necessário ter uma política social nos 93 bairros de Porto Alegre. "O Brasil tem um desajuste social e uma péssima distribuição de renda. Temos bolsões de miséria em todo o país, inclusive em Porto Alegre. E tudo isso se acentuou mais na pandemia", ressaltou. Para Voigt, a rua é o pior lugar para um ser humano estar. "A nossa ideia é que a pessoa saia da rua", destacou. Segundo ele, 2,5 mil pessoas usam a rua como domicílio em Porto Alegre.

Conforme o secretário, a cidade tem políticas suficientes, experiência e conhecimento consolidado para enfrentar os desafios. "Porto Alegre pode largar na frente da maioria das cidades no equacionamento estrutural dessa desproteção. Nossa cidadania não quer mais conviver com essa forma de pobreza extrema e sofrimento humano", explicou. De acordo com Voigt, resolver o problema é um compromisso de campanha.

A ideia, segundo o secretário, é articular os ativos públicos estatais e comunitários, em favor da construção de um Plano Intersetorial, atualizado e ambicioso, que altere as circunstâncias de domicílio nas ruas de pessoas adultas na cidade. "Queremos a reinserção no mundo da família, da renda e na comunidade. Queremos implantar cuidados permanentes. E, por fim, convocar a cidade para um pacto em prol da população de rua", acrescentou.

Entre as propostas da prefeitura estão que os serviços, pautados no conceito de descentralização, promovam a inclusão social e melhorem a qualidade de vida, resolvendo os problemas concretos que incidem sobre a população de rua e a manutenção das 12 equipes interdisciplinares de abordagem nos territórios, vinculadas aos Centros de Referências Especializados de Assistência Social (CREAS). Além disso, está previsto a criação de mais quatro Centros POPs regionais: local de acolhimento de pessoas em vulnerabilidade e de pelo menos mais seis consultórios na rua.

O governo também pretende atualizar o quadro de recursos humanos das equipes de abordagem no Centro Histórico e, via parceria, realizar a contratação de cinco profissionais para fortalecer as equipes do bairro Centro por 16 meses. Além disso, garantir o aumento no número de benefícios prospectando a utilização desde a prevenção até a superação da rua com a ampliação para 250 o número de vagas de hospedagem social; ampliação para 650 as vagas de auxílio moradia e reabrir o abrigo Bom Jesus.

“Vamos trabalhar em etapas, identificando os territórios onde se encontram essas pessoas, observando os vínculos existentes e traçando um plano de acompanhamento”, explicou Voigt. 

O plano terá a coordenação da pasta, com a participação de todas as secretarias e órgãos municipais. Segundo informações do Serviço de Abordagem Social da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), Porto Alegre tem hoje cerca de 2,5 mil pessoas vivendo em situação de rua. No primeiro trimestre de 2021, foram realizadas cerca de duas mil abordagens, 87% delas seguem com o acompanhamento da equipe de abordagem e 13% foram novos cadastros.

A região do Centro Histórico concentra a maior parte dessa população, seguida pelos bairros Glória, Cristal, Cruzeiro e Restinga.

 


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