Prefeitura quer triplicar estações do Bike Poa até 2018

Prefeitura quer triplicar estações do Bike Poa até 2018

Vias como a Terceira Perimetral e a Sertório devem ganhar ciclovias

Luiz Felipe Mello

Já foram percorridos quase 1,5 milhão de quilômetros, o que equivale a 36 voltas ao mundo

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Com mais de 136 mil usuários cadastrados, o projeto Bike Poa completa três anos de funcionamento em 2015. A ideia da Prefeitura é triplicar o número de estações na cidade (atualmente são 40 terminais que abrigam 10 bicicletas cada um) até 2018. De acordo com o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, a expansão do projeto passa pela chegada de uma nova concessão e para isso a elaboração do cronograma é fundamental para que o projeto tenha continuidade.

"Estamos com edital pronto, fazendo revisões e estudos complementares. A entrega do documento deve ocorrer até o dia 15 de março. Em abril vamos fazer a publicação e as empresas que desejam assumir a administração terão 45 dias para elaborar e apresentar a proposta. Acredito que no final de julho teremos uma nova empresa ou teremos a continuação da Sertel", disse em entrevista ao Correio do Povo. "Quem apresentar o menor tempo para construção destes terminais irá ganhar ponto na hora da licitação", acrescentou.

Atualmente, a Sertel é a responsável pela manutenção das estações e das 400 bicicletas disponíveis em Porto Alegre. De acordo com a EPTC, o cuidado é diário e é realizado por equipes que percorrem todos os terminais espalhados pela cidade. As estações mais procuradas são as que ficam na Usina do Gasômetro, Redenção e no Largo Zumbi dos Palmares.

Cappellari explicou que a colocação de estações em Porto Alegre obedece a uma série de critérios que avaliam desde a demanda da região até a quantidade de prédios públicos, como escolas e shoppings. "A nossa intenção é colocar terminais que possam fazer a conexão do ciclista com outros transportes. O projeto superou as nossas expectativas e hoje Porto Alegre é um exemplo para o País em termos de transporte não motorizado. Isso fez com que a gente empregasse um cuidado diferenciado em relação às pessoas que optam por usar a bicicleta como meio de transporte. Cerca de 46% dos usuários usam a bike por necessidade, ou seja, para ir ao trabalho, não para o lazer", relatou.

Planeta mais saudável

O Bike Poa já promoveu 591.385 mil viagens. O balanço da EPTC, feito no dia 15 de fevereiro, indica ainda algumas curiosidades sobre o projeto. Já foram percorridos quase 1,5 milhão de quilômetros, o que equivale a 36 voltas ao mundo. Com o uso das bicicletas, 202,56 toneladas de dióxido de carbono deixaram de serem emitidas na atmosfera.

Terceira Perimetral e Sertório devem ganhar ciclovias

Vanderlei Cappellari afirma que o projeto de construção de ciclovias em Porto Alegre ganhará um novo ritmo. De acordo com o diretor-presidente da EPTC, R$ 50 milhões serão destinados para novos trechos. Hoje a cidade conta com 25 quilômetros. Cappellari revelou que já existe uma diretriz para priorizar a implantação na Terceira Perimetral e junto à avenida Sertório.

Um fundo para o Plano Diretor Cicloviário irá encaminhar o processo. "Estamos numa fase de seleção do conselho gestor. A Secretaria da Fazenda já abriu a conta para receber os recursos. A maior dificuldade que encontrávamos era quando o empreendedor precisava executar a obra de um trecho pequeno", explicou.

Implantação depende de conversa com população

Segundo o diretor da EPTC, o processo de implantação de uma ciclovia pode ser demorado porque depende de discussão com a população e, conforme Cappellari, boa parcela ainda é contrária à colocação das pistas para os ciclistas. "Fazemos uma metodologia de discussão para o Plano Diretor. É demorado, mas é necessário buscar um acordo com os moradores da região onde a ciclovia será implantada. A que colocamos na José do Patrocínio foi complicada porque tivemos oito meses de debate. A nossa diretriz é incentivar o uso de bicicleta e por isso investimos em campanhas de educação de trânsito e na boa convivência entre motoristas e ciclistas. É um sistema complexo", ponderou.

Cappellari salientou ainda que a política de mobilidade não pode parar na administração atual "Queremos concluir a ciclovia da avenida Ipiranga e já estamos numa fase de busca de recursos importantes. O nosso desejo é que a política de mobilidade seja continuada. Obviamente, tudo isso não diz respeito somente à atual administração", destacou.



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