Preparativos para implosão do prédio da SSP seguem no Carnaval

Preparativos para implosão do prédio da SSP seguem no Carnaval

Ao todo, serão 20 mil toneladas de escombros que restarão no terreno após a operação, em Porto Alegre

Felipe Nabinger

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Quem sai de Porto Alegre pela avenida Castelo Branco ou utiliza o trem e passou entre as estações São Pedro e Rodoviária, neste feriadão de Carnaval, reparou em um novo cenário no prédio da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP/RS). A equipe da empresa responsável pela implosão iniciou na última segunda-feira a instalação de telas fachadeiras do térreo ao quatro andar do prédio, que será posto abaixo no próximo domingo. “No caso específico da implosão são telas feitas por encomenda, mais resistentes que nas obras. Serão colocadas quatro ou cinco camadas”, afirma o engenheiro responsável, Manoel Jorge Diniz Dias.

Essa já uma das etapas finais dos trabalhos da empresa FBI Demolidora, que iniciou a operação no local no dia 1º de fevereiro com a limpeza e a sinalização da obra. Dias afirmou em entrevista ao Correio do Povo que sua equipe “se sente aliviada” com a chegada do momento da implosão do prédio, incendiado no ano passado. “O incêndio acabou deixando como herança essa imagem. Esperamos que nosso trabalho possa minimizar a dor, especialmente dos familiares dos bombeiros mortos no incêndio”, disse, homenageando a memória do tenente Deroci Almeida e do sargento Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós, mortos no combate às chamas que começou na noite de 14 de julho. 

O engenheiro explica que a colocação das telas, etapa chamada de envelopamento, começou após a perfuração dos pilares dos quatro primeiros andares da edificação, onde ficarão os explosivos. “Essa etapa transparece mais. Serve para proteger o patrimônio e as pessoas que participam da operação”. Dias estima que o envelopamento seja concluído até quinta-feira. “Em seguida ocorre o carregamento de explosivos na sexta-feira e no sábado. Escolhemos os andares inferiores para a colocação de explosivos. Avaliamos como sendo suficiente para um resultado favorável”, revela. Os cartuchos serão colocados em 1.184 furos horizontais nos pilares do prédio com 1,02 metro de profundidade média. Ao todo, serão 200 quilos de explosivos.

A partir do sábado, véspera da implosão, uma série de medidas, envolvendo 28 entidades públicas e privadas, promoverá bloqueios de vias, evacuação de imóveis e alterações no transporte público, visando a segurança da população no momento da implosão, marcada para as 9h e que deve levar somente sete segundos. “Há riscos, mas a implosão é mais segura do que métodos convencionais. A operação visa direcionar o colapso da estrutura”, afirma o responsável técnico.

Os impactos da implosão

Além dos entulhos, que devem ser contidos pelo envelopamento, a vibração pelo terreno, o ruído e a poeira também são impactos da operação. Dias afirma que a vibração pelo terreno gerada na implosão ficará abaixo dos padrões nacionais previstos na norma ABNT NBR 9653, que houve avaliação prévia de imóveis mais sensíveis e que foi realizado um relatório, registrado em cartório, antes da implosão, não acreditando em danos a imóveis no raio de 300 metros, delimitado para a evacuação. “Não temos nenhuma preocupação com esse tipo de ocorrência”, garante.

Sobre a poeira, o engenheiro acredita que a área bastante aberta nas proximidades do prédio tende minimizar os impactos. “A poeira vai se manifestar, mas deve se dispersar no terreno e, já além dos seus limites, em uma concentração muito pequena de maneira que seu impacto pode ser resolvido em uma simples varrição”. Estima-se que serão geradas cerca de 20 toneladas de entulhos, a serem retirados ao longo do mês seguinte à implosão.


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