Presidente da Carris refuta privatização e defende revisão de gratuidades no transporte coletivo

Presidente da Carris refuta privatização e defende revisão de gratuidades no transporte coletivo

Sérgio Zimmermann diz que empresa é a maior de Porto Alegre e presta o melhor serviço

Lucas Rivas/Rádio Guaíba

Presidente da Carris refuta privatização e defende revisão de gratuidades no transporte coletivo

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Após o prefeito eleito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), ter advertido que a Companhia Carris Porto Alegrense pode ser privatizada, caso siga dando prejuízo aos cofres públicos, o diretor-presidente da estatal, Sérgio Zimmermann, rebateu a tese e defendeu que, antes disso, haja revisão das isenções no transporte coletivo. A assessoria da estatal confirmou que as contas de 2015 fecharam negativas em R$ 48 milhões, em 2015, e que a previsão para 2016 é de um rombo de R$ 55 milhões.

Em entrevista para o programa "A Cidade é Sua" da Rádio Guaíba, nesta segunda-feira, Zimmermann defendeu o serviço prestado pela companhia, mostrando-se contrário à intenção de venda. “Somos contra, totalmente, à privatização da empresa. Não que eu seja um crente contra as privatizações, muito antes pelo contrário, eu já participei do Governo Britto e fizemos várias privatizações. Mas, na Carris eu tenho uma outra visão. A empresa é centenária, é a maior de Porto Alegre e presta o melhor serviço”, ponderou.

Sérgio Zimmermann sustenta que os prejuízos foram causados por diferentes fatores, como a crise econômica do País, mas principalmente pelo excesso de gratuidades no sistema de transporte público. Classificadas como “pior inimigo”, as gratuidades favorecem 35% dos passageiros dos coletivos da Carris. Em setembro, o total chegou a 39%.

Em função do atual do sistema, Zimmermann defende uma reforma na estrutura atual de gratuidades nas passagens para evitar prejuízos aos cofres públicos. “Não existe empresa, seja privada seja pública, em um sistema de transporte de qualquer lugar do mundo que possa dar lucro com tamanho déficit de gratuidade”, sugere. Como alternativa, o diretor-presidente da Carris defende corte em parte das isenções, por exemplo.

No início da tarde, Marchezan participou do programa "Esfera Pública" e reiterou que a privatização da Carris não é um plano de governo, mas pode vir a ocorrer em função dos sucessivos prejuízos, seja na próxima gestão ou no futuro. “A pessoa quer um transporte público. Ou a Carris vira uma referencia nisso ou ela continua sendo um peso. Se ela é um peso de R$ 50 milhões, tem que sair fora. Com R$ 50 milhões a mais, Porto Alegre vira a cidade mais segura do Brasil”, pontou.

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