Problemas em terminais de ônibus causam transtornos para usuários em Porto Alegre

Problemas em terminais de ônibus causam transtornos para usuários em Porto Alegre

EPTC culpa as "depredações constantes" pelo não funcionamento de estruturas públicas

Cláudio Isaías

Escada rolante não funciona no viaduto José Carlos Utzig, na avenida Benjamin Constant

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Os usuários do Terminal Triângulo, na avenida Assis Brasil, e dos viadutos jornalista Jorge Alberto Mendes Ribeiro, na rótula das avenidas Carlos Gomes com Protásio Alves, Jayme Caetano Braun, na avenida Nilo Peçanha, e José Carlos Utzig, na avenida Benjamin Constant, enfrentam diariamente uma série de dificuldades para acessar as estruturas na zona Norte de Porto Alegre. Nestes locais, os passageiros que utilizam os ônibus que circulam pela Terceira Perimetral e o transporte público com destino a Região Metropolitana de Porto Alegre convivem com elevadores estragados, escadas rolantes desativadas, sujeira, pichações e a falta de assentos nas estações.

No viaduto José Carlos Utzig, na avenida Benjamin Constant, os usuários da estrutura precisam fazer uma verdadeira ginástica para conseguir pegar um ônibus. Os dois elevadores estão estragados. Em um deles, foi colocado um tapume de madeira. As duas escadas rolantes não funcionam.

A aposentada Marilene Spiandorello, moradora da avenida Benjamin Constant, disse que é um verdadeiro descaso da prefeitura não consertar os elevadores e as escadas rolantes. “Já flagrei idosos com dificuldade de locomoção tendo que subir as escadas. Sem contar que os cadeirantes não têm como acessar a parte superior do viaduto”, explicou.

A dona de casa Elaine Lopes, moradora do bairro Rubem Berta, afirmou que deveria ser realizada uma manutenção mais frequente no viaduto e queria que o local recebesse uma pintura. Ela sugeriu ainda que a prefeitura colocasse bancos para que as pessoas pudessem sentar enquanto aguardam os coletivos.

No Terminal Triângulo na avenida Assis Brasil, por onde circulam cerca de 100 mil pessoas por dia, todos os elevadores estão estragados e parte do teto está sem cobertura. Moradora do bairro Passo D’Areia, a dona de casa Dione Longaray disse que perdeu a conta de quantas vezes já ligou para a prefeitura reclamando da situação do Terminal Triângulo.

“Vou ficar insistindo até que eles resolvam o problema dos elevadores que estão desativados há muito tempo”, lamentou. No local, foram colocadas placas com a seguinte mensagem: “Desculpe o transtorno: elevador desativado. Em manutenção”. Dione disse que não é possível que idosos tenham que subir todos os dias 30 degraus para poder acessar as avenidas Assis Brasil ou Baltazar de Oliveira Garcia.

O vendedor Walisson Ferreira Pacheco afirmou que é uma vergonha que ainda não tenha sido colocado a cobertura no telhado. “Nos dias de chuva, fica difícil circular no terminal”, acrescentou. A cobertura do terminal foi danificada pelos fortes ventos em dezembro de 2014.


Elevadores estragados foram constatados em praticamento todos os equipamentos do transporte público da zona Norte - Foto: Guilherme Testa

Viadutos


Dois viadutos de Porto Alegre que levam o nome de personalidades gaúchas, o jornalista Jorge Alberto Mendes Ribeiro e o poeta nativista Jayme Caetano Braun, também sofrem com a falta de manutenção por parte da prefeitura de Porto Alegre. Nestes dois locais, os elevadores estão estragados, as escadas rolantes desativadas e as guaritas que seriam utilizadas pela segurança estão em péssimas condições.

No viaduto jornalista Jorge Alberto Mendes Ribeiro, na rótula das avenidas Carlos Gomes com Protásio Alves, o elevador na entrada da estação pela avenida Carlos Gomes, ao lado de um posto de combustível, está estragado. Os usuários precisam utilizar a escada para acessar o viaduto. No lado, na avenida Protásio Alves, no sentido Centro/bairro, o telhado da estação está completamente danificado.

No Jayme Caetano Braun, na avenida Nilo Peçanha, dos quatro elevadores apenas um estava em funcionamento nesta quarta-feira. As duas guaritas utilizadas pelo serviço de segurança estavam desativadas e em péssimas condições, inclusive uma delas estava sem a porta. A auxiliar administrativa Cristina Nascimento afirmou que a prefeitura poderia colocar bancos no viaduto para que os passageiros pudessem sentar. Ela sugeriu também que fosse feita com mais frequência a limpeza da estrutura.

Responsável pela manutenção das estruturas, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informou nesta quarta-feira que somente no ano passado, em razão de atos de vandalismo, nos elevadores e escadas rolantes foram gastos R$ 120 mil. A empresa afirmou que mesmo com a contratação de uma empresa para a manutenção preventiva/corretiva, a depredação constante dificulta o trabalho da prefeitura e a vida dos usuários consequentemente.

Diferente do verificado pela equipe no local, em relação ao terminal Jayme Caetano Braun, dois elevadores estão em funcionamento e dois elevadores, em manutenção. Já no terminal Mendes Ribeiro, quatro elevadores e três escadas rolantes em funcionamento, com quatro elevadores e escadas em manutenção.

A empresa explicou que em média, os equipamentos não ficam mais do que dois dias sem a necessidade de reparos quando ficam disponíveis 24 horas. Para tentar minimizar os atos de vandalismo, a EPTC já implantou medidas que podem ajudar a manter os equipamentos mais seguros.

No terminal Triângulo, a medida já ocorre com o funcionamento de um elevador utilizado por meio de demanda, com o acionamento do público necessitado, auxiliado pela fiscalização da EPTC. Em terminais em que a presença do agente não é em tempo integral, como o Jayme Caetano Braun e o Jorge Alberto Mendes Ribeiro, os equipamentos irão funcionar nos períodos de maior demanda e serão desligados durante a noite e madrugada. Estes dois turnos são os com maior incidência de ocorrências.

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