Problemas na pavimentação atormentam moradores da Zona Sul de Porto Alegre

Problemas na pavimentação atormentam moradores da Zona Sul de Porto Alegre

Em um dos casos, acesso ao Centro Social Antônio Gianelli se torna um desafio pelo excesso de buracos

Felipe Faleiro

Moradores têm dificuldade de transitar pelo entorno do Condomínio Mariante, Sertão I e Sertão II

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Não é apenas a falta do transporte coletivo que frustra os moradores dos bairros Lami e entre o Belém Velho e Lomba do Pinheiro, na Zona Sul de Porto Alegre. As ruas esburacadas e empoçadas, além do esgoto corrente a céu aberto, também atrapalham a mobilidade das comunidades do Condomínio Mariante, Sertão I e Sertão II, problema que se potencializa em dias de chuva ou até semanas depois. Segundo eles, o poder público pouco faz, além de visitar os locais e prometer soluções que não chegam.

Há centenas de famílias, muitas delas carentes, vivendo na área, bem como ali se localizam serviços sociais. Chegar ao Centro Social Antônio Gianelli, na Rua A – África do Sul, por exemplo, é um desafio. Aberto há 18 anos, o local atende mais de 300 crianças e adolescentes do entorno, servindo quatro refeições diárias. Para isto, o centro, que também é escola de Educação Infantil em tempo integral, recebe constantemente doações de alimentos. No entanto, o chão batido e as inúmeras crateras nas vias requerem paciência dos motoristas e pais em geral que lá deixam seus filhos. 

“A Prefeitura não faz manutenção aqui desde maio do ano passado”, conta Samanta dos Santos, moradora da comunidade. “Quando chove, as poças ficam pela rua por duas semanas”, diz a diarista Rossana da Silva Moraes, que também mora ali e precisa caminhar quase um quilômetro em meio ao barro até a Estrada Afonso Lourenço Mariante, que liga a região a outras partes da cidade, para pegar o ônibus. 

Conforme o Correio do Povo mostrou ontem, os moradores afirmam que as alimentadoras A84 e A86 pararam de circular na área sob a justificativa das péssimas condições das ruas. “A Prefeitura coloca aqueles restos de asfalto aqui, então, em qualquer chuva, a rua fica mais alta do que a frente das casas, o que acaba alagando o pátio delas”, diz Raquel Pena Pinto, gestora do Antônio Gianelli. Mesmo com todas as dificuldades, o trabalho no local continua, com aulas de música e o serviço de fortalecimento de vínculos, entre outros.

No Lami, os buracos também preocupam. Eles são evidentes no trevo entre a Estrada Otaviano José Pinto com a Rua Luiz Corrêa da Silva, por onde passam diversas linhas de ônibus, bem como a Travessa do Espigão, que conduzem à orla do Lago Guaíba, e cujos moradores igualmente se sentem desamparados. Proprietários de um centro de eventos ao lado do trevo, o casal Tolentina Lira, a Teca, e Nerci da Silva Lira, o Silva, aumentam a lista das pessoas que não veem a hora do asfalto chegar ao local. “Há mais de dez anos reivindicamos uma solução”, comenta ela.

Procurada, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) disse que o bairro Lomba do Pinheiro passa por manutenção constante em suas mais de 500 ruas. “Em relação às vias no entorno do Centro Social Antônio Gianelli, a SMSUrb informa que a região citada está na programação de conservação das vias e tem sido atendida dentro dos prazos estipulados pela área técnica”. Disse ainda que a manutenção no local está prevista para a segunda quinzena de julho e que, “em virtude dos eventos climáticos, as vias sofrem alterações e exigem mais reparos, porém, há outros diversos pontos recebendo cuidados”.

Sobre as vias do bairro Lami, a SMSUrb afirmou que “existem equipes de conservação de vias que atendem exclusivamente a zona sul e que as vias citadas passarão por vistoria para que seja feita a manutenção o mais breve possível”. Reforçou ainda que a população deve utilizar os canais oficiais, como aplicativo 156+POA e telefone 156 para solicitar serviços, informando, na medida do possível, informações detalhadas sobre endereço correto e fotos dos locais, para agilizar a vistoria das equipes técnicas.


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