Procon do RS abre processo contra fabricante do Toddynho

O Procon do Rio Grande do Sul abriu processo administrativo contra a PepsiCo, fabricante do achocolatado Toddynho, para acompanhar as medidas tomadas pela empresa e os resultados das análises laboratoriais de outros lotes do produto. Pelo menos 39 gaúchos foram intoxicados ao consumir a bebida láctea de um lote envasado com detergente, o que provocou queimaduras na boca dos consumidores.

Segundo o coordenador do órgão, Cristiano Aquino, as pessoas lesadas poderão cobrar indenização por danos morais. De acordo com ele, a responsabilidade com a qualidade do produto é do fornecedor. A empresa pode ser multada em dinheiro e até com a suspensão da colocação do produto no mercado.

Fabricante foi autuada em SP

A fábrica da PepsiCo em Guarulhos foi autuada pela Vigilância Sanitária de São Paulo em função do incidente. Em uma nota oficial emitida ontem, a empresa admitiu que uma das linhas de produção embalou o produto usado na limpeza das máquinhas, à base de água e detergente, no lugar do achocolatado.

A equipe de inspeção da Vigilância de São Paulo concluiu que, embora a PepsiCo cumpra as normas de boas práticas de fabricação, houve falha pontual que envolveu o equipamento de esterilização. Ainda segundo o relatório de inspeção, a empresa demonstrou, por meio de documentos, dispor de um sistema de rastreabilidade satisfatório, detectando que o produto foi distribuído por equívoco para o Rio Grande do Sul, e ter adotado as medidas necessárias para a correção do problema.

A Vigilância Sanitária Estadual mantém a interdição cautelar do lote com problema. A PepsiCo pode recorrer. Caso haja uma multa, o valor pode chegar a R$ 175 mil.

A versão da empresa para a contaminação

O diretor da Unidade de Negócios da PepsiCo, Vladimir Maganhotto, explicou que as unidades do lote contaminado consumidas no RS não continham Toddynho, e sim o detergente de limpeza. Segundo ele, o produto químico é usado na higienização das máquinas na linha de enchimento das embalagens, o que deve ser feito com a produção parada. Um rastreamento na linha de produção identificou, no entanto, que a limpeza ocorreu ao mesmo tempo em que o envasamento do produto, provocando a contaminação.