Professor que estuda avanço da Covid-19: Porto Alegre ainda está no início da curva

Professor que estuda avanço da Covid-19: Porto Alegre ainda está no início da curva

Pesquisador da Ufrgs apontou que 2,1 mil pessoas deixaram de ser infectadas na Capital em razão do isolamento social

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Isolamento social contribuiu para segurar o avanço do novo coronavírus no RS

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O isolamento social em Porto Alegre evitou a internação por Covid-19 de 2,1 mil pessoas em Porto Alegre. O resultado foi alcançado em um estudo do professor Álvaro Ramos, do Departamento de Matemática Pura e Aplicada da Ufrgs. Ele, no entanto, salienta que não é possível aferir quando será o auge de casos da doença na Capital. 

As projeções, indicou, servem mais para as autoridades definirem medidas a serem adotadas, além de terem ideia sobre a urgência de estruturar o sistema de saúde. Porém, para ele, a cidade está no começo da subida curva: "A gente está em uma fase muito inicial da contaminação em Porto Alegre. Provavelmente, o auge vai demorar um tempo para vir. Pode ser um mês, três meses ou mais", disse, em entrevista à Rádio Guaíba.

Segundo Ramos, até 2 de abril, o número de casos em Porto Alegre poderia ter chegado a 48 mil, considerando dos assintomáticos aos muito graves. O número acabou contido pelas restrições de circulação, adotadas com maior afinco a partir de 16 de março — época em que o número de novos casos dobrava entre dois a três dias. 

Atualmente, de acordo com os dados da Secretaria Municipal da Saúde, a Capital tem 265 casos confirmados, e 35 desses pacientes estão na UTI. Para Ramos, o cálculo de projeção torna-se impossível em razão da imprevisibilidade do comportamento social. "Depende da parâmetros e dados. Esses dados e parâmetros vão se alterar com o tempo. A gente não consegue fazer uma previsão muito apurada para um período grande de tempo", explicou. 

"Quanto mais tarde chega o ápice da doença, mais baixo ele é"

Fato é que as medidas de isolamento contribuem, não apenas hoje, como no futuro. "Quanto mais tarde chega o ápice da doença, mais baixo ele é", afirmou. "Dá esse tempo para o sistema de saúde tratar as pessoas, não apenas com respeito, mas com o devido cuidado."


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