Projeções na Fundação Iberê Camargo expõem temas do universo feminino na Virada Sustentável

Projeções na Fundação Iberê Camargo expõem temas do universo feminino na Virada Sustentável

Trabalho criou conteúdo sobre a "existência da mulher"

Christian Bueller

Projeção ocorreu a partir do fim da tarde

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Anoitecer às margens do Guaíba, arte, conscientização e sustentabilidade. Quem passou em frente a Fundação Iberê Camargo, na zona sul de Porto Alegre, por volta das 19h desta sexta-feira, acompanhou uma série de projeções na fachada do prédio sobre a temática do empoderamento feminino. A atração “Através”, uma parceria da artista multimídia Camila Proto e a filósofa e pesquisadora Ane Valls, integrou a programação da Virada Sustentável Porto Alegre 2020.

A comunidade criativa de projetos culturais e educativos Vila Flores foi a responsável pela projeção, que incluiu mensagens como “Assédio e opressão” e “Não existe estupro culposo”. A organização convidou Camila, com quem já havia trabalhado, para colaborarem no evento. “A ideia era criar um conteúdo sobre a existência da mulher. Pensando nisso, chamei minha colega e amiga Ana, que tem uma pesquisa sobre feminismo, para cocriar este material”, conta Camila. As projeções chamaram a atenção de pessoas que dirigiam, pedalavam ou simplesmente caminhavam nas proximidades da fundação e paravam para registrar em fotos.

Segundo Ane Valls, palavras relacionadas ao universo da mulher surgiram como gatilhos, em um arco temporal que vai de vida à morte. “A Camila criou três diagramas, um sobre morte – noções que atravessa o corpo feminino, como violência, invisibilidade e silenciamento -, o segundo diagrama com a vida, visibilidade, corpo e voz da mulher, e um terceiro que é entre vida e morte, o ‘através’”, explica a filósofa. Entre as aparições das sentenças e afirmações, mapas se construíam, formando imagens propostas pelas autoras. Outro elemento foi a Fita de Moebius (ou Möbius), inspirada na obra da pintora e escultora Lygia Clark. “A gente se apropria nessa forças, dentro e fora, vida e morte, que são indissociáveis, pensando na igualdade de gênero”, completa Ane.

O evento, depois de cinco anos de sucesso, precisou se reinventar por conta da pandemia. “Nesse momento de readequação, a maior parte das cerca de cem atividades socioambientais e artísticas acontecem pela internet, TVE e FM Cultura”, disse um dos coordenadores Vitor Ortiz. Segundo ele, o diferencial este ano são as intervenções de rua. “Neste caso, a arte urbana transmitindo a mensagem da Virada. Temas como igualdade de gênero e combate ao racismo e à homofobia”, ressaltou.

A Virada Sustentável começou em São Paulo e também já realizou edições nas cidades do Rio de Janeiro, Salvador e Manaus, entre outras. A concepção temática é baseada nos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, definidos pela ONU, princípios que orientam a programação do festival em todas as cidades. Com o tema “Refuturo: repense, recrie, regenere 2020”, as atividades vão até 22 de novembro. Mais informações no site.


 


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