Projeto de combate ao crack será apresentado nesta terça-feira
Ações envolvem capacitação de profissionais e trabalho junto às escolas
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Os 38 técnicos dos ministérios da Justiça, da Saúde, do Desenvolvimento Social, da Casa Civil e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, além de profissionais da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal que chegaram nessa segunda-feira ao Estado apresentaram os três eixos nos quais está baseado o plano federal: Cuidado, Prevenção e Autoridade. Eles estão reunidos com representantes das secretarias da Justiça e dos Direitos Humanos, que coordenará o projeto gaúcho, de Saúde, de Trabalho e Desenvolvimento Social e de Segurança Pública.
O eixo Cuidado está relacionado à saúde e ao tratamento dos usuários, e envolve ações como a abertura de leitos especializados e construção de novos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps) funcionando 24h. Também prevê o financiamento de vagas em comunidades terapêuticas reconhecidas pela rede de saúde. No foco Prevenção estão previstas campanhas de conscientização, capacitação de profissionais e trabalho junto às escolas, entre outras iniciativas. Autoridade é o eixo que envolve a segurança, o combate ao tráfico e ao crime organizado, a integração das polícias e o controle das fronteiras.
O secretário da Justiça e dos Direitos Humanos, Fabiano Pereira, lembrou que há mais de 55 mil usuários de crack no RS, e que o tema tem ligação direta com o aumento da criminalidade. Segundo o secretário, 61% dos detentos do Presídio Central de Porto Alegre têm envolvimento com o tráfico de drogas. "Sem dúvida, a repressão e o atendimento na saúde são muito caros a nós, mas a prevenção tem papel fundamental na reversão deste cenário.”
Para a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, o Rio Grande do Sul possui diferenças marcantes no uso da droga em relação a outros Estados, principalmente nas chamadas "cracolândias". "Não há como comparar a cena de uso daqui com as de São Paulo ou Rio de Janeiro, por exemplo. Aqui são menores e mais esparsas, mas nosso projeto contempla também essas situações". Regina destacou ainda que a meta não é zerar o consumo de crack, mas, sim, cuidar do maior número de dependentes. "Esse é nosso papel, esse é nosso foco", completou a secretária.