Projeto de marina pública na Orla do Guaíba depende de investimento privado

Projeto de marina pública na Orla do Guaíba depende de investimento privado

De acordo com Secretaria de Parcerias Estratégicas, valor a ser investido seria de ao menos R$ 25 milhões

André Malinoski

De acordo com Secretaria de Parcerias Estratégicas, valor a ser investido seria de ao menos R$ 25 milhões

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O Parque da Orla do Guaíba em Porto Alegre deverá abrigar uma marina pública para permitir o acesso de pequenas embarcações ao espaço de terra. Mas para isso acontecer a Prefeitura da Capital necessita de apoio do setor privado para realizar o projeto no trecho 2, localizado entre a Rótula das Cuias e o Arroio Dilúvio.

“Publicamos o edital na quarta-feira, mas ainda não é a licitação final. As inscrições para os interessados podem ser feitas até o dia 12 de novembro. Quem quiser apresentar proposta precisa fazer a inscrição”, destaca a secretária municipal de Parcerias Estratégicas, Ana Pellini.

A construção servirá para propósitos diversos como a prática de atividades náuticas nas águas do Guaíba, por exemplo. Por enquanto, os esportes aquáticos ficam mais restritos aos clubes náuticos da Capital, que possuem marinas particulares para os associados. Além disso, as pessoas poderão ter barcos e atracarem na marina enquanto visitam outros pontos turísticos da cidade ou vão a shows. Em seguida, basta voltar para seus destinos de origem pelo rio. “Tenho certeza que Porto Alegre deseja isso há muito tempo. Quando foi feito o aterro naquele local na década de 1950, já ficou um espaço reservado para uma marina. Em 2005 foi realizado um estudo sobre os impactos ambientais no lugar, que foi aprovado. A cidade vai melhorar o acesso do rio à terra”, explica Ana Pellini.

A revitalização deste trecho da Orla busca ainda estimular o turismo e o desenvolvimento econômico da Capital. Conforme a secretária Ana Pellini, quem for o parceiro privado escolhido terá de investir R$ 25 milhões, no mínimo. “Não sabemos quanto o parceiro vai gastar, mas será mais do que o valor mínimo. Precisamos lembrar que a Orla do Guaíba é um parque horizontal. As atrações precisam ser culturais, gastronômicas ou de lazer. O meu sonho é que fizessem um aquário no trecho”, conta a secretária. A ideia lembra o Oceanário de Lisboa, que fica no Parque das Nações, e está localizado à beira do rio Tejo.

Entre as obras e melhorias obrigatórias estão a construção da própria marina, estacionamento no local, banheiros, ciclovia, reforma no Anfiteatro Pôr do Sol, estruturas necessárias e de apoio, cachorródromo, parque infantil, espaço para eventos, decks, iluminação, sinalização e outros atrativos.

Roda-gigante deve sair logo do papel, diz secretária

Sobre a roda-gigante no trecho, que era um sonho do ex-prefeito Nelson Marchezan Júnior, provavelmente sairá do papel em outro local. “A parceria privada deve colocar uma roda-gigante na altura do Parque Harmonia. Não temos um prazo para a instalação, mas será logo, até pelo fato de a roda já vir montada”, revela a secretária.

O Parque da Orla do Guaíba conta com três trechos, totalizando 3,8 km de extensão. O trecho 2 possui mais de 134 mil m² e 850 metros de extensão, com vocação para eventos ao ar livre. O primeiro passo da Prefeitura de Porto Alegre em busca por parceiros interessados da iniciativa privada foi o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), que consiste na elaboração de estudos para implantação, gestão, operação e manutenção da marina no local. Os estudos complementares compreendem a modelagem econômico-financeira, estudos de engenharia, arquitetura e impacto urbanístico. “Em março de 2022 devemos ter a resposta e lançar o edital de concessão”, estima a secretária.

O projeto de concessão do trecho 2 passou por alterações em relação ao modelo apresentado em 2020. A Prefeitura retirou a obrigatoriedade da instalação de uma roda-gigante no trecho, o que reduziu os investimentos obrigatórios de R$ 70 milhões para R$ 25 milhões. A concessionária que vencer a licitação terá a liberdade para a construção de outra atração, previamente aprovada pelo poder concedente e que respeite o plano diretor da cidade. O contrato será previsto para ser de 35 anos.


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