Projeto oferece cursos de profissionalização para detentos do regime semiaberto

Projeto oferece cursos de profissionalização para detentos do regime semiaberto

Aula inaugural do curso de cabeleireiro e barbeiro para dez apenados foi realizada nesta segunda-feira

Felipe Uhr

Curso foi promovido nesta segunda-feira

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Referência na ressocialização de presos, a Fundação Patronato Lima Drummond lançou na noite desta segunda-feira em Porto Alegre, o projeto Profissionalizando para o Futuro em parceria com a  Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe),  elaborado pela assistente social da Fundação, assistente social e jurídico do Patronato. A intenção é oferecer cursos, para os 76 apenados em regime semiaberto, que cumprem pena na Instituição, em diversas áreas como elétrica, hidráulica, gastronomia, serralheria e marcenaria. “O homem condenado encontra muita dificuldade de conseguir emprego quando ele sai. Nós privilegiamos no nosso tratamento penal, a profissionalização. Precisamos que o homem quando saia daqui possa sobreviver,” explica o presidente da fundação, Nício Brasil Lacorte.  Segundo ele, apenas 7% dos apenados que saem dali voltam para a vida do crime.

O primeiro curso a ser oferecido para dez apenados foi de barbeiro e cabeleiro, o 10envolvendo o Amanhã, uma parceria com a Barbearia e Escola Corte 10,que teve sua aula inaugural também nesta segunda. “É um curso rápido de 36 horas que será dado em 30 dias, temos apenados que sairão daqui 60 dias com alguma formação”, ressaltou.

Quem estava feliz com a aula inaugural era H. R, de 63 anos. Desde março no Patronato, ele cumpre uma pena de pouco mais de 8 anos em regime semiaberto. Quando for liberado quer pôr em prática o que vai aprender. “É uma chance de trabalhar por conta própria. É uma oportunidade e tanto, vou agarrar com as duas mãos”, finaliza.

Fundado pela assistente social gaúcha Maria Ribeiro da Silva Tavares, a fundação Patronato Lima Drummond completou 80 anos. Além da profissionalização, no Patronato os detentos têm acompanhamento psicológico, jurídico, psicossocial, preparação espiritual e educação. “Elas necessitam dessa transição no regime semiaberto para serem devolvidas à sociedade”, explica a Defensora Pública, Cintia Luzzatto, dirigente do Núcleo de Defesa em Execução Penal (NUDEP), responsável pelo atendimento dos apenados no Lima Drummond e que saudou a iniciativa. “Essas pessoas precisam ter essa oportunidade, para que elas tenham condição de manterem sua família, longe do crime.” 


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