Projeto pretende evitar que lixo do Arroio Dilúvio chegue ao Guaíba

Projeto pretende evitar que lixo do Arroio Dilúvio chegue ao Guaíba

Empresa que propôs a barreira ecológica irá bancar os custos de manutenção e de pessoal

Luís Tosca

Barreira ecológica pretende evitar que lixo chegue ao Rio Guaíba

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Um projeto, inaugurado ontem em Porto Alegre, vai dificultar que o lixo que corre superficialmente no Arroio Dilúvio deságue no Guaíba. Uma barreira ecológica montada no arroio, entre as avenidas Borges de Medeiros e Edvaldo Pereira Paiva, vai conter os resíduos sólidos que serão recolhidos por meio de uma gaiola. Um operador ficará encarregado de separar e ensacar o lixo que será coletado pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU).

Sem custos à prefeitura, o projeto piloto pretende ser mais uma ferramenta para a limpeza tanto do Guaíba quanto do Dilúvio. De 2013 a 2015, foram recolhidas das superfícies do arroio cerca de 530 toneladas de resíduos. Além disso, só em 2015, o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) retirou 71 toneladas de material durante a dragagem dos 12 quilômetros de extensão do Dilúvio. Há nove anos trabalhando na coleta de lixo, Osmar Carvalho Leal diz que já flagrou inúmeras vezes pessoas atirando sacos de lixo dentro do arroio. “As pessoas nem se constrangem. A gente já encontrou televisão, colchão, sofá, tem de tudo. Mas acho que iniciativas como essa ajudam a conscientizar. Para a gente que trabalha nisso é muito bom ver uma iniciativa assim”, avalia Leal, líder da equipe da Cootravipa.

A barreira ecológica surgiu de uma ideia do vice-presidente da empresa instalada na Capital Safeweb Segurança da Informação, Luiz Carlos Zancanella Júnior. Ele explicou que a ideia surgiu depois de assistir um vídeo que mostrava uma iniciativa semelhante executada na cidade de Baltimore, nos Estados Unidos. “É um projeto 100% pensando na cidade. Queremos reduzir os níveis de poluição da água. Tem um caráter social e ambiental, de doação à cidade”, observa Zancanella. Será a Safeweb que arcará com os custos de manutenção e de pessoal do projeto.

Para o prefeito José Fortunati, a estrutura ecológica se soma a outros esforços que visam a melhora da qualidade das águas. Lembrou que 60% do esgoto cloacal já está sendo tratado na cidade, em função das obras do Projeto Integrado Socioambiental (Pisa). A capacidade de tratamento deve alcançar 80% do esgoto. “O problema não é falta de investimentos, o problema ainda é a parcela de pessoas que não colaboram com a cidade e despejam de maneira irregular o lixo que produzem. Apesar disso, tenho convicção que Porto Alegre é uma cidade exemplar para o país”.

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