Proprietário de fazenda ocupada pelo MST entra com reintegração de posse
Cerca de 1,8 mil famílias entraram em propriedade de mais de sete mil hectares em Tapes
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A liminar vai ser analisada pela juíza Maria Aline Cazali Oliveira da 1ª Vara de Tapes. O processo está no Ministério Público e deve ser julgado hoje à tarde. O pedido foi protocolado em nome da empresa Pinvest – Pinheirais Gaúchos de Investimentos.
Ao contrário do que foi divulgado pela Brigada Militar, o MST garante que ocupação da fazenda foi pacífica. Com a chegada dos sem-terras, a família de caseiros abandonou o local, segundo um dos dirigentes do movimento, Ildo Lemes da Silva Pereira. Já a BM informou que tiros foram disparados durante a ação, e que o caseiro foi expulso.
As famílias, que vêm de 14 acampamentos do MST no Estado, pretendem permanecer no local até que sejam realocadas para outros assentamentos ou que o local seja desapropriado. O movimento sustenta que os proprietários da Fazenda Guerra, de mais de 7 mil hectares, cometem crime ambiental por plantar eucalipto e pinus às margens da Lagoa dos Patos.
A ocupação é motivada pela Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, que ocorre às vésperas dos 19 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás. Em 17 de abril de 1996, 19 sem terra foram mortos em um confronto com a Polícia Militar do estado do Pará.