Protesto contra aumento das tarifas ocupa as ruas centrais de Porto Alegre
Manifestação pacífica reuniu cerca de mil pessoas ao longo do trajeto até o Largo Zumbi dos Palmares
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As ruas de Porto Alegre voltaram a ser ocupadas por manifestantes no começo da noite desta quinta-feira, num protesto de proporções que não eram vistas desde antes da Copa do Mundo. A caminhada, organizada pelo Bloco do Lutas pelo Transporte Público, é contrária ao pedido de aumento das passagens de ônibus na Capital. Muitos cartazes mostravam: “R$2,95 já é tri caro, R$3,49 é um assalto”. Nesta oportunidade, o grupo se manteve pacífico, sem incidentes de vandalismo ou enfrentamento com a Brigada Militar.
A concentração começou após as 17h e aos poucos a marcha foi aumentando. O movimento foi antecedido por uma panfletagem, o que fez com que moradores da Capital se unissem a marcha, além de integrantes de movimentos sociais. O tenente-coronel Lima, responsável pela operação da Brigada Militar que acompanhou a marcha, salientou a postura dos participantes. "Fica como exemplo para outros estados e outros eventos de que se pode organizar um protesto de forma democrática", definiu.
A professora Eloa Gehlen, 54 anos, escutou a notícia na rádio e resolveu aderir ao movimento, mesmo carregando inúmeras sacolas. “É um movimento que o povo precisa fazer. Vai ficar muito caro (o preço da passagem) e espero que o prefeito não se renda aos interesses dos empresários e das empresas de ônibus.” Enquanto esperava a caminhada iniciar, moradora do bairro Menino Deus disse que estava achando divertido o som do movimento. “Essa sede por mudanças da juventude deveria levar mais pessoas para as ruas. É contagiante”, definiu.
Já o casal Alessandro Silva Santos, 25, e Leonice Amorim, 25, vieram de Novo Hamburgo. Apesar de não serem diretamente afetados com o aumento das passagens em Porto Alegre, eles reclamam da elevação dos preços, de forma geral. Em Novo Hamburgo, o custo do transporte passou de R$2,65 para R$2,85. “Ninguém pensa nas famílias que precisam se desdobrar para pagar as contas. Tudo aumentou”, protestaram. Ele e a esposa trouxeram os dois filhos: Vitor dos Santos, 5 anos, e Yasmim dos Santos, 1 ano, para ficar até o final da marcha.
Por volta das 18h45min, mais de 300 manifestantes deixaram a frente da prefeitura e começaram a caminhada. Ao longo do percurso, a adesão aumentou e chegou perto dos mil participantes. Após o bloqueio da avenida Borges de Meideiros, o grupo contornou o Mercado Público e acessou o terminal de ônibus Parobé. Em seguida, a marcha voltou para a avenida Júlio de Castilhos e seguiu até a Salgado Filho, descendo a Borges até chegar no Largo Zumbi dos Palmares.
Veja como foi o protesto: