Protesto contra “Cura Gay” reúne manifestantes na Redenção
Grupo também criticou violência da sociedade gaúcha em relação à causa LGBT
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Em frente ao Monumento do Expedicionário, no Parque da Redenção, porta-vozes da causa atacaram o aumento da homofobia. “Família que não sai do armário pode passar atestado de óbito ao seu filho”, afirmaram manifestantes. A violência da sociedade gaúcha foi criticada.
“Indivíduos homossexuais não são portadores de patologia ou de alguma perversão. São pessoas saudáveis. A homossexualidade é um espectro natural da sexualidade humana. A liminar é retrocesso e abre precedentes à intervenções focadas na reorientação”, criticou o mestrando em Psicologia da PUCRS, Jean Ícaro.
“Nosso lema é: tire o seu preconceito do caminho porque quero passear com o meu amor”, afirmou Iara Neto, acompanhada do seu filho homossexual. Coordenador do Grupo Nuances, Célio Golin lamentou a expansão dos discursos de ódio em redes sociais nos últimos anos. “É uma onda puxada por falsos líderes no mundo e Brasil”, disse.
Conforme Golin a eleição do presidente dos EUA, Donald Trump, ou o fim da era Obama, é uma referência para o que está acontecendo. "A intolerância cresce em todo o mundo e está criando condições para os homofóbicos também saírem do armário".
Ícaro, Iara e Golin atacaram a decisão do juiz de Brasília por vulnerabilizar mais ainda a questão da homossexualidade no país. A decisão abre espaço para a adoção de outras iniciativas retrógradas - afirmou Golin - que vão do fechamento da exposição de arte do Santander Cultural até iniciativa parlamentar a favor da medida liminar.
Por resolução o Conselho Federal de Psicologia (CFP) estabeleceu que terapias de reorientação sexual não tem respaldo científico. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1990 a homossexualidade deixou de ser considerada doença. No Brasil a orientação da OMS é seguida pelo CFP desde 1999.