Protesto de moradores perde força e reintegração ocorre em Porto Alegre

Protesto de moradores perde força e reintegração ocorre em Porto Alegre

Cerca de 350 famílias foram retiradas de área no bairro Protásio Alves

Mauren Xavier

Protesto de moradores perde força e reintegração ocorre em Porto Alegre

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A retirada de cerca de 350 famílias de área no bairro Protásio Alves, na zona leste de Porto Alegre, foi marcada por tumultos e ânimos acirrados. De um lado famílias tentavam garantir a permanência no terreno, que foi invadido há seis meses, e de outro, a Brigada Militar cumpria a decisão judicial que previa a reintegração de posse dos dois terrenos, que totalizavam cerca de 3,5 hectares, localizado atrás do antigo estádio do Cruzeiro.

A movimentação começou por volta das 6h com o isolamento das ruas próximas e a chegada de caminhões de mudança e dos policiais militares (PMs). Apesar de a decisão judicial ter saído na tarde de terça-feira, advogados dos moradores ainda acreditavam que o resultado poderia ser revertido. Eles pediam a permanência por mais 60 dias. Porém, com o passar do tempo e o início do desmonte, um grupo de cerca de 50 moradores decidiu protestar contra a saída. Eles não podiam deixar o terreno, uma vez que se o fizessem não poderiam retornar. “Tenho sete filhos e não tenho para onde ir.

Onde vamos passar o Natal?”, questionou Patrícia Ravasio, uma das pessoas mais exaltadas. Enquanto isso, os moradores gritavam dizendo que iriam realizar outros protestos na cidade. “Porto Alegre vai parar” foi um dos dizeres do grupo, em referência ao ato realizado junto com integrantes de outras ocupações na segunda-feira da semana passada, quando o acesso ao centro da cidade foi fechado pelos manifestantes. Uma idosa chegou a passar mal e uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) teve que ser acionada.

Porém, gradativamente o movimento foi perdendo força e as casas começaram a ser desmontadas. A execução da reintegração de posse se deu em duas etapas, isso porque a área invadida tinha dois proprietários: uma pessoa física e uma cooperativa habitacional. A primeira área desocupada correspondia a 30% do terreno, que tem um proprietário. A dificuldade era em relação a segunda parte, que é de posse da cooperativa. No local, estava o maior número de famílias.

A estratégia de divisão era também a de garantir que a ocupação se desse de maneira gradual e pacífica. Assim, com pequenos intervalos de tempo, um caminhão era liberado para subir, junto com ajudantes, que eram os responsáveis pelo desmonte das casas e retirada dos móveis e itens particulares das famílias. A operação contou com integrantes de quatro batalhões da Brigada Militar, Corpo de Bombeiros e Batalhão de Operações Especiais (BOE). “Realizamos reuniões com os advogados de todas as partes e informamos das etapas da reintegração de posse para evitarmos problemas”, explicou o major André Ribeiro, do 20º BPM.


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