Protesto de servidores municipais deixa o trânsito complicado na área central de Porto Alegre

Protesto de servidores municipais deixa o trânsito complicado na área central de Porto Alegre

Grupo chegou a ocupar túnel da Conceição, no Centro da cidade

Cláudio Isaías

Protesto de servidores por reajuste tem caminhada e bloqueia trânsito em Porto Alegre

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Um grupo de 600 servidores do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) realizou na manhã desta quarta-feira um protesto contra a falta de reposição salarial dos últimos 24 meses e a ameaça da prefeitura de retirar 10% do incentivo sobre o salário-base.

Na manifestação realizada na frente do prédio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), na avenida João Pessoa, em Porto Alegre, os funcionários carregavam cartazes com mensagens de  "Fora Marchezan", "Negociação Já" e Saúde é direito de todos e dever do Estado".



Por volta do meio-dia, os manifestantes saíram em caminhada até o Paço Municipal. O ato, que começou sem bloqueios, interrompeu totalmente o tráfego de veículos no Túnel da Conceição, no sentido bairro/Centro. A concentração começou em frente à SMS ao lado prédio da Edel Trade Center. Em seguida, os servidores iniciaram a caminhada pelas avenidas Loureiro da Silva e Paulo Gama em direção ao Paço Municipal. Sem a presença de agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), quatro motos da Polícia do Exército (PE) foram usadas para orientar o trânsito na região. Minutos depois, os servidores se deslocaram pelo Túnel da Conceição e avenida Mauá.

Munidos de faixas e bandeiras, os funcionários gritavam a frase “Fora Marchezan”, demonstrando a sua insatisfação com a administração municipal. A manifestação deixou o trânsito lento e congestionado na área central. Com a chegada dos manifestantes no Paço Municipal, a Guarda Municipal colocou um cordão de isolamento para impedir a invasão do prédio pelos servidores do Imesf. O presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sergs), Estêvão Finger, afirmou que o contrato de gestão do Imesf prevê reajuste anual aos trabalhadores, o que não foi concedido nos últimos dois anos.

"Uma nova assembleia será realizada no dia 24 de julho. Se não houver avanços nas negociações com a prefeitura, a categoria votará a possibilidade de greve por tempo indeterminado", ressaltou. O secretário-geral do Sindisaúde, Júlio Jesien, informou que 60% da categoria que atua em 141 postos de saúde da Capital paralisou suas atividades no dia de ontem. Os profissionais do Imesf são formados por enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos, dentistas, agentes comunitários de saúde e agentes de endemia.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que a paralisação dos servidores do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família na quarta-feira impactou o atendimento em 49,32% dos serviços de saúde da rede municipal de Porto Alegre. De acordo com levantamento realizado durante a manhã desta quarta-feira, pelo Imesf, 75 serviços mantiveram o atendimento à população e 73 ficaram fechados.

Foi concedida liminar pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região determinando que 30% dos servidores do Imesf mantivessem o atendimento à população no dia de ontem. A medida visa ao cumprimento da Constituição Federal em seu artigo 11, que determina que, nos serviços ou atividades essenciais deve-se manter prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade durante paralisações ou greves.   


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