Protestos em Porto Alegre têm confrontos entre manifestantes e BM

Protestos em Porto Alegre têm confrontos entre manifestantes e BM

Batalhão de Choque foi utilizado em pelo menos três pontos da cidade

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Atos em Porto Alegre têm confrontos entre manifestantes e BM

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A sexta-feira em Porto Alegre foi marcada por protestos em diversos pontos da cidade em função do Dia Nacional de Greve e Paralisações, que luta contra a tramitação da PEC 241/55, texto que versa sobre congelamento dos gastos do governo federal nos próximos 20 anos. As manifestações tiveram momentos pacíficos e outros de confrontos de manifestantes com integrantes do Batalhão de Choque da Brigada Militar (BOE).  

Durante a madrugada desta sexta, ainda que não tivessem aderido à mobilização contra a PEC, os rodoviários foram impedidos de sair com coletivos da Carris e houve tumulto no bairro Partenon, zona Leste de Porto Alegre. A tentativa de bloqueio foi interrompida pela presença da Brigada Militar, que obrigou o grupo de sindicalistas a liberar os ônibus com uso de bombas de efeito moral e gás de pimenta. Na empresa Nortran, na zona Norte, também houve interrupção da saída dos ônibus pelos manifestantes e o Batalhão de Choque usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o protesto.

Já na metade da manhã houve confusão no Centro de Porto Alegre. Um grupo de manifestantes bloqueou totalmente a rua Sarmento Leite, deixando o túnel da Conceição, no sentido Centro-bairro, congestionado. Com a via comprometida e muitos motoristas presos no trânsito, o Batalhão de Choque marcou presença mais uma vez e investiu contra estudantes que estavam no local. Pedras foram arremessadas contra os policiais militares, que foram obrigado a usar escudos para conter o protesto.


O bloqueio da avenida Paulo Gama, em frente à Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em diversos momentos, também dificultou o deslocamento de quem tentava acessar o Centro de Porto Alegre. Em outro ponto da cidade, na avenida Bento Gonçalves, outro grupo de manifestantes interrompeu o tráfego de veículos embaixo do viaduto São Jorge. Um desvio teve de ser feito com a orientação da Empresa Pública Transporte e Circulação (EPTC) até a chegada do Batalhão de Choque da BM, que dispersou o protesto. Mesmo com a presença da BM, uma faixa ficou interrompida durante boa parte da manhã.


Ao governo, bananas 


Dentro das mobilizações do Dia Nacional de Greve e Paralisações, um grupo de servidores ligados principalmente à Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul, realizou um protesto diferente na manhã desta sexta-feira. O grupo distribuiu bananas à população em frente à sede da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação, no bairro Menino Deus, em Porto Alegre.

A banana é um dos produtos que os fiscais controlam e também é marcado por simbolismo. “Estamos dando uma banana ao governo do Estado contra o parcelamento dos salários”, explicou Ângela de Souza, da Associação. Ela lembrou que os servidores têm enfrentado muitas dificuldades com a decisão do governo em parcelar os salários, como o não pagamento de contas e a necessidade de fazer empréstimos para compensar a falta de dinheiro. “A situação é crítica”, lamentou. Ângela lembrou ainda que os fiscais estaduais agropecuários desempenham papel importante no êxito do agronegócio gaúcho. Além disso, os servidores atuam na saúde pública, garantindo mais segurança nos alimentos que chegam à população.

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