Psicólogos reforçam atendimento online durante pandemia

Psicólogos reforçam atendimento online durante pandemia

Necessidade de distanciamento social e mudanças provocadas na vida da população redobram desafios para a categoria

Felipe Samuel

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Com objetivo de valorizar a vida e chamar atenção para o trabalho dos psicólogos na linha de frente do combate à pandemia do novo coronavírus, o Conselho Regional de Psicologia do RS (CRP/RS) lançou a campanha “A Psicologia escolhe a vida: não ao genocídio!”. A necessidade de distanciamento social e as mudanças provocadas na vida da população se transformaram em desafio redobrado para a categoria, que precisou adaptar os serviços de atendimento aos pacientes por meio de consultas online.

Com 23 mil psicólogos em atividade no Rio Grande do Sul, o CRP/RS percebeu a necessidade de ampliar o atendimento online durante a pandemia da Covid-19 e flexibilizou as exigências a profissionais cadastrados no Conselho que pediram para realizar atendimento online. A presidente do CRP/RS, Ana Luiza de Souza Castro, explica que a entidade reconheceu a importância de garantir suporte a pacientes em meio às transformações causadas pelo vírus. "Chegamos à conclusão que é uma forma de colaborar no processo e ajudar as pessoas ficarem em casa", assinala.

Ana Luiza destaca que a campanha visa chamar atenção para o trabalho do psicólogo na linha de frente de combate da doença e de parte da população que ainda descumpre as recomendações de autoridades de saúde para evitar aglomerações e usar máscaras de proteção. Ela afirma que mesmo com atendimento à distância, alguns casos requerem atendimento presencial. Por isso o CRP/RS disponibilizou aos profissionais equipamentos de proteção individual (EPIs. "Fizemos uma campanha para aquisição de EPIs e lançamos um protocolo como deve ser o trabalho em clinica privada e não-privada, com orientações sobre distanciamento e limpeza do consultório", frisa.

Na avaliação da psicóloga, o novo coronavírus impactou a população de várias formas, seja pela sobrecarga de trabalho, pelo sentimento de solidão que o isolamento social impõe ou pelas vítimas da doença. "A pandemia trouxe incerteza aterrorizante do futuro, pois não sabemos como será o dia de amanhã", afirma. Segundo Ana Luiza, o medo da morte, de ficar doente e não ter atendimento - além da crise econômica e o desemprego - estão cada vez mais presentes no dia a dia da sociedade. "É um momento de muito estresse", reconhece.

Ana Luiza afirma que os reflexos da pandemia são sentidos principalmente pela população em situação de vulnerabilidade social e atinge principalmente jovens negros. "Estamos todos passando pela mesma tempestade, mas alguns estão num transatlântico e outros estão num bote", destaca.


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