Quase 300 mil gaúchos moravam em favelas em 2010, diz IBGE

Quase 300 mil gaúchos moravam em favelas em 2010, diz IBGE

Novos dados do Censo foram divulgados hoje

Karina Reif / Correio do Povo

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O Rio Grande do Sul possuía 297.540 pessoas morando em favelas em 2010, segundo o levantamento “Aglomerados Subnormais – Primeiros Resultados” do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quarta-feira. Pelo menos 23 municípios do Estado possuíam, no ano passado, os chamados aglomerados subnormais – assentamentos irregulares conhecidos como favelas, invasões, grotas, baixadas, comunidades, vilas, ressacas, mocambos, palafitas. Foram contabilizadas 223 locais desse tipo no território gaúcho e 86.478 domicílios particulares ocupados nessas áreas.

O IBGE considera áreas de aglomerados subnormais regiões com, pelo menos, 51 domicílios, com ocupação ilegal e em terreno fora dos padrões de urbanização. Na comparação com outros Estados, o Rio Grande do Sul ficou em 10º lugar em número absoluto de casas nessas áreas. No entanto, se for considerado o total de residências, o Estado fica na 20º posição, já que tem 2,4% do total de imóveis nas regiões de aglomerados.

Porto Alegre aparece em primeiro lugar, no Estado, na quantidade de casas nas áreas analisadas. Foram 11% do total na cidade. Em seguida, considerando números absolutos, vem Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Bento Gonçalves, São Leopoldo e Canoas, respectivamente. Mas se for levada em consideração a proporção de imóveis nos aglomerados, a Capital segue na primeira posição, porém, seguida por Tramandaí, com 9,97% das casas em aglomerados, e por Novo Hamburgo, com 7,9%.

Em 2010, havia mais de 11 milhões de brasileiros em áreas irregulares

No País, havia 11.425.644 pessoas morando em áreas irregulares em 2010, o equivalente a 6% da população, distribuídas em 3.224.529 domicílios particulares ocupados (5,6% do total). O número de aglomerados era de 6.329, em 323 dos 5.565 municípios brasileiros. Vinte regiões metropolitanas concentravam 88,6% desses domicílios e quase metade (49,8%) das casas de aglomerados estavam na Região Sudeste.

Ainda de acordo com a pesquisa, os aglomerados subnormais frequentemente ocupam áreas menos próprias à urbanização, como encostas íngremes no Rio de Janeiro, áreas de praia em Fortaleza, vales profundos em Maceió (localmente conhecidos como grotas), baixadas permanentemente inundadas em Macapá, manguezais em Cubatão, igarapés e encostas em Manaus.

Nas vilas, 67,3% dos domicílios tinham rede de coleta de esgoto ou fossa séptica; 72,5% recebiam energia elétrica com medidor exclusivo; 88,3% eram abastecidos por rede de água; e 95,4% tinham o lixo coletado diretamente ou por caçamba.

Na região Norte, eram 48 municípios com favelas (10,7% dos 449 municípios da região), sendo a maioria localizada no interior dos Estados do Amazonas, Pará e Amapá. Em grande parte das cidades, os aglomerados subnormais se formaram em áreas ribeirinhas, sujeitas a inundações periódicas. No Nordeste, dos 70 municípios com vilas (3,9% dos 1.794 das cidades) 52 municípios (2,9%) se localizavam nas regiões metropolitanas. O Sudeste concentrava quase a metade dos municípios do país com aglomerados (145, equivalente a 8,7% dos 1.668 municípios da região). Um pouco mais da metade deles estava nas regiões metropolitanas (75 municípios, ou 4,5%) e o restante em municípios do interior dos estados. Em menor escala, o Sul apresentou padrões semelhantes ao Sudeste: 51 municípios com aglomerados subnormais (4,3% dos 1.188 municípios da região), dos quais 38 em regiões metropolitanas. No Centro-Oeste havia somente nove municípios com aglomerados subnormais (1,9% dos 466 municípios da região).

O esgotamento sanitário era o serviço com menor grau de adequação (rede de coleta de esgoto ou fossa séptica) nos domicílios em aglomerados subnormais: 67,3% eram adequados, sendo 56,3% de domicílios ligados à rede geral de esgoto e 11,0% de domicílios ligados à fossa séptica. Era também o serviço que apresentava uma maior diferença percentual de adequação em relação às áreas urbanas regulares (85,1%). As favelas de Tocantins (0,9%), Roraima (1,8%) e Amapá (7,7%) não chegavam a atingir 8,0% de adequação dos domicílios quanto ao esgotamento sanitário. Minas Gerais (87,2%), Bahia (86,8%) e Rio de Janeiro (83,2%) apresentaram percentuais acima de 80%. Em relação ao fornecimento de água, 88,3% dos domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais eram adequados (abastecimento por rede geral de distribuição).

No Brasil, 95,4% dos domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais tinham destinação de lixo adequada (coleta direta ou por caçamba), sendo que 79,8% eram atendidos por coleta direta e 20,2% por coleta indireta, por meio de caçambas de serviço de limpeza. As menores proporções de adequação em aglomerados subnormais para a coleta de lixo foram encontradas em Roraima (31,5%) e Tocantins (58,2%). Os demais Estados possuíam percentuais de adequação superiores a 84,9%, sendo maiores que 98% no Paraná (99,0%), São Paulo (98,8%), Santa Catarina (98,8%) e Rio Grande do Sul (98,4%).


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