Quatro haitianos e dois senegaleses chegam a Porto Alegre

Quatro haitianos e dois senegaleses chegam a Porto Alegre

Migrantes desembarcaram na Estação Rodoviária da Capital

Correio do Povo

Eles partiram de Florianópolis, em Santa Catarina, às 22h30min de ontem

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Ao menos quatro haitianos e dois senegaleses chegaram a Porto Alegre na manhã desta sexta-feira. Eles partiram de Florianópolis, em Santa Catarina, às 22h30min de ontem e desembarcaram na Estação Rodoviária da Capital às 6h30min. Os seis estrangeiros já têm destino certo. Apenas um deles ficará em Porto Alegre. Os outros devem se deslocar ainda hoje para Canoas, Caxias, Encantado, Passo Fundo e Rondon, no Paraná.

O grupo foi recebido pelo secretário municipal de Direitos Humanos, Luciano Marcantônio, que afirmou que o Brasil é um país muito atraente para os imigrantes porque tem vagas no mercado de trabalho. “Trabalhando, geram renda e não concorrem com os nossos trabalhadores brasileiros, que já estão com outro nível de exigência”, explicou. Segundo ele, empresas já procuraram a secretaria para pedir o encaminhamento desses estrangeiros. “Eles precisam de mão de obra qualificada com baixo custo. E este é o caso dos imigrantes”, afirmou. De acordo com o secretário, os imigrantes precisam de pelo menos R$ 1.500 para sobreviver e mandar recursos para a família.

O secretário ainda incentiva que as pessoas acolham os recém-chegados. “Quem ainda não teve contato, que converse com eles. Já estão no Brasil mais de 50 mil imigrantes e nunca nos trouxeram problemas. Temos que dar graças a Deus que vieram pessoas para produzir. Assim como os italianos e alemães, que vieram para ajudar o país a crescer. Agora isso se repete”, completou.

O engenheiro de computação Alix Georges, 33 anos, está no Brasil desde 2006 e veio para estudar. Ele foi até a rodoviária para dar apoio com a comunicação, já que os recém-chegados não falam português. Segundo Georges, os imigrantes têm origens diversificadas. “Tem gente que vem da capital, do interior e às vezes de mais longe. Alguns estudaram, outros não. Têm os que querem estudar antes de entrar no mercado de trabalho, mas a maioria veio apenas para trabalhar mesmo”, contou.

De acordo com Georges, os imigrantes vêm ao país para buscar uma melhor qualidade de vida. “A expectativa é chegar, construir uma vida e trazer a família”, relatou. Para ele, as culturas são parecidas em aspectos como a hospitalidade, calor humano e alegria. “O brasileiro tem alegria de viver, gosta de vida, música, dança. Nestes aspectos é muito parecido”, contou.

Em relação ao racismo, Georges afirmou que para o recém-chegado isto não é a prioridade. “A questão do racismo nós sabemos que existe, mas não contra o haitiano ou senegalês, porque o brasileiro é racista em relação ao brasileiro negro também. A prioridade de quem está chegando é pela sobrevivência. A questão do preconceito vem depois”, explicou.

A próxima chegada de caribenhos e africanos está prevista para 1º de junho. Um ônibus sai hoje do Acre com 44 imigrantes e deve passar pelo Paraná e Santa Catarina antes de vir ao Rio Grande do Sul. O número de imigrantes que ficará no Rio Grande do Sul ainda é incerto.



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