Quatro haitianos e dois senegaleses chegam a Porto Alegre
Migrantes desembarcaram na Estação Rodoviária da Capital
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O grupo foi recebido pelo secretário municipal de Direitos Humanos, Luciano Marcantônio, que afirmou que o Brasil é um país muito atraente para os imigrantes porque tem vagas no mercado de trabalho. “Trabalhando, geram renda e não concorrem com os nossos trabalhadores brasileiros, que já estão com outro nível de exigência”, explicou. Segundo ele, empresas já procuraram a secretaria para pedir o encaminhamento desses estrangeiros. “Eles precisam de mão de obra qualificada com baixo custo. E este é o caso dos imigrantes”, afirmou. De acordo com o secretário, os imigrantes precisam de pelo menos R$ 1.500 para sobreviver e mandar recursos para a família.
O secretário ainda incentiva que as pessoas acolham os recém-chegados. “Quem ainda não teve contato, que converse com eles. Já estão no Brasil mais de 50 mil imigrantes e nunca nos trouxeram problemas. Temos que dar graças a Deus que vieram pessoas para produzir. Assim como os italianos e alemães, que vieram para ajudar o país a crescer. Agora isso se repete”, completou.
O engenheiro de computação Alix Georges, 33 anos, está no Brasil desde 2006 e veio para estudar. Ele foi até a rodoviária para dar apoio com a comunicação, já que os recém-chegados não falam português. Segundo Georges, os imigrantes têm origens diversificadas. “Tem gente que vem da capital, do interior e às vezes de mais longe. Alguns estudaram, outros não. Têm os que querem estudar antes de entrar no mercado de trabalho, mas a maioria veio apenas para trabalhar mesmo”, contou.
De acordo com Georges, os imigrantes vêm ao país para buscar uma melhor qualidade de vida. “A expectativa é chegar, construir uma vida e trazer a família”, relatou. Para ele, as culturas são parecidas em aspectos como a hospitalidade, calor humano e alegria. “O brasileiro tem alegria de viver, gosta de vida, música, dança. Nestes aspectos é muito parecido”, contou.
Em relação ao racismo, Georges afirmou que para o recém-chegado isto não é a prioridade. “A questão do racismo nós sabemos que existe, mas não contra o haitiano ou senegalês, porque o brasileiro é racista em relação ao brasileiro negro também. A prioridade de quem está chegando é pela sobrevivência. A questão do preconceito vem depois”, explicou.
A próxima chegada de caribenhos e africanos está prevista para 1º de junho. Um ônibus sai hoje do Acre com 44 imigrantes e deve passar pelo Paraná e Santa Catarina antes de vir ao Rio Grande do Sul. O número de imigrantes que ficará no Rio Grande do Sul ainda é incerto.