Quatro sobreviventes do holocausto recontam suas histórias em Porto Alegre

Quatro sobreviventes do holocausto recontam suas histórias em Porto Alegre

Evento no Museu da Ufrgs marcou Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

Nereida Vergara

Evento no Museu da UFRGS marcou o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

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O genocídio do povo judeu praticado pelas brigadas alemãs durante a Segunda Gerra Mundial foi relembrado no Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), nesta quarta-feira, Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. A data foi instituída pela Assembleia Geral da ONU, em 2005, como forma de lembrar a libertação dos detidos no maior campo de nazista, o de Auschwitz.

Diante de um plenário lotado, quatro sobreviventes do holocausto recontaram suas histórias e reafirmaram o compromisso de nunca deixar morrer a memória daquele que foi um dos maiores crimes perpetrados contra a humanidade em todos os tempos. O mais velho do grupo, Max Wachsmann Shanzer, judeu polonês, de 87 anos, foi separado dos pais aos 11 anos, quandos estes foram assassinados na câmara de gás. Trabalhou de 1943 até 1945, quando foi libertado pelos russos, em campo de trabalhos forçados. Deixou de ser chamado pelo nome e se tranformou no número 25861. Depois de perambular por muitos países, fixou moradia no Brasil, em 1954, por volta dos 25 anos. “Todo o sofrimento que eu passei foi apenas por ser judeu. Temos de lembrar para que nunca mais crimes de preconceito aconteçam”, afirmou.

Também trouxeram suas memórias para o público Bernard Kats, judeu holandês, de 77 anos; Curtis Stanton, judeu alemão, de 86 anos; e Johannes Melis, católico, de 77 anos, cujo pai pertenceu à resistência holandesa e ajudou na fuga de judeus de seu país, transportando-os em sua motocicleta e escondendo-os em casa. “Depois que terminou a guerra muitas pessoas perguntaram ao meu pai se ele não teve medo de ajudar os fugitivos, ao que ele sempre respondia que sim, teve muito medo, mas menos do que teria se tivesse deixado amigos e vizinhos para morrer”, contou Melis.

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