Radar noturno amplia autuações no Rio Grande do Sul

Radar noturno amplia autuações no Rio Grande do Sul

Novos equipamentos têm sido eficientes para coibir a velocidade excessiva em rodovias e perímetros urbanos

Correio do Povo

PRF dispõe de 16 novos radares que captam imagens à noite

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Por Karina Reif

A tecnologia dos novos radares utilizados tanto nas estradas, como no perímetro urbano de algumas cidades tem feito crescer vertiginosamente as autuações por excesso de velocidade no Rio Grande do Sul. Desde fevereiro, o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) opera com 30 equipamentos com mais alcance e memória do que os utilizados até janeiro. O grande diferencial é a possibilidade de flagrar irregularidades mesmo durante a noite. De março até o final de agosto, os aparelhos emitiram 1.574 autuações somente no período noturno de um total de 155 mil, enquanto que, no mesmo período do ano passado, foram 22 mil infrações detectadas por radar a luz do dia e nenhuma depois de o sol se pôr.

Anteriormente não tínhamos como fiscalizar a velocidade à noite, porque a tecnologia não permitia”, explicou o comandante do CRBM, coronel Fernando Alberto Grillo Moreira. “No ano passado, tínhamos poucos radares e eles eram muito inferiores aos que dispomos hoje. Além disso, não captavam à longa distância”, afirma o chefe de Operações e Treinamento do CRBM, Roberto dos Santos Donato. Conforme ele, há uma média mensal de 4 mil autuações por posto policial. “Já distribuímos os radares para os locais de maior incidência de acidentes e também de maior volume de tráfego”, informou.

O que mais motiva multas no Rio Grande do Sul é o excesso de velocidade. De janeiro a julho, o Detran/RS computou 618.994 infrações por esse artigo. Já no mesmo período do ano passado, foram 603.499. O aumento chegou a 2,6%.

O chefe de Comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Alessandro Castro, alerta para o risco da alta velocidade. Ele afirma que é a principal causa para acidentes. Desde dezembro, a PRF utiliza 16 novos equipamentos que permitem fotografar à noite. O órgão tem realizado a Operação Hermes, que consiste na colocação de dois radares em sequência para flagrar quem volta a acelerar depois de passar pelo primeiro equipamento, para intensificar a fiscalização.

Em uma das edições, em agosto, 7,13 mil veículos foram flagrados transitando acima da velocidade. Um deles estava a 168 quilômetros por hora na BR 290, em Rosário do Sul. A multa é de R$ 574 e os condutores respondem a processo de suspensão da Carteira Nacional de Habilitação. Segundo Castro, não há perfil de condutor que corre além do permitido nem horário para ultrapassar o limite. “O que tem é comportamento abusivo de alguns motoristas”, explica.

A PRF divulgou que, em apenas 30 dias, houve aumento de 150% no número de autuações e 10% de redução no total de mortes. Entre 18 de agosto a 14 de setembro foram 34,4 mil autuações. Em igual período de 2013 foram 13,7 mil.

Na Capital, 11,3 mil foram autuados

A aquisição de quatro novos radares no ano passado, na Capital, qualificou a abordagem. Eles passaram a ser usados com mais frequência em 15 de julho deste ano e, desde lá, mais de 11,3 mil autuações por excesso de velocidade já foram geradas. O coordenador-geral de Fiscalização de Porto Alegre, João Carlos Ferraz, avalia que a diminuição de acidentes no período tenha sido reflexo da melhora da fiscalização. Ele explica que os equipamentos são capazes de multar tanto motocicletas, como carros na mesma operação, o que não era possível com a tecnologia antiga. Além de serem usados em operações, os aparelhos auxiliam abordagens o dia inteiro.

Antes do reforço, no primeiro semestre do ano, a média de autuações em Porto Alegre foi de 0,29 para cada veículo. O resultado colocou a cidade como a capital brasileira com menos multas no trânsito. Goiânia ficou no topo do ranking com a média de 0,77, seguida por São Paulo (0,69) e Rio de Janeiro (0,60). Os dados são dos órgãos regionais de trânsito.

Para o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, o resultado se deve ao trabalho de fiscalização nas ruas e à presença dos agentes com equipamentos eletrônicos em pontos estratégicos. Afirma que as cerca de 400 atividades anuais de educação também contribuíram para a colaboração dos motoristas. Segundo ele, houve igualmente apoio do Detran/RS, no Balada Segura, e da Brigada Militar, nas blitze; “Há queda gradual da acidentalidade no trânsito de Porto Alegre, mesmo com aumento da frota”, ressalta. O número de veículos na Capital era de 817.386 em junho deste ano.

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