Reintegração de posse de Lanceiros Negros é suspensa em Porto Alegre

Reintegração de posse de Lanceiros Negros é suspensa em Porto Alegre

BM se desmobilizou após deferimento de liminar que cancelou saída de grupo no Centro

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Reintegração de posse de Lanceiros Negros é suspensa e ruas são desbloqueadas

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A reintegração de posse da Ocupação Lanceiros Negros no Centro de Porto Alegre foi suspensa na manhã desta terça-feira após o deferimento de uma liminar. A Brigada Militar (BM), que estava preparada para cumprir ordem da Justiça, se desmobilizou e desbloqueou as ruas General Câmara e Andrade Neves que ficam próximas ao prédio, abandonado há 10 anos.

A saída da Brigada Militar (BM) foi tensa porque parte do grupo dos Lanceiros Negros e apoiadores, durante a comemoração, cercaram os policiais militares. Houve foguetório logo depois da comunicação da decisão sobre o adiamento da reintegração de posse, definida pelo desembargador Jorge Luís Dall'Agnol.  



Na decisão, o juiz plantonista informou que a ação cautelar é sustentada pelo “perigo de dano irreparável ou de difícil reparação evidenciado pela imediata execução” da reintegração e também pelo “risco considerável de conflitos sociais. Os manifestantes, que ficaram sabendo da possibilidade de despejo na noite dessa segunda, prometiam resistir dentro do prédio. 

“O resultado de hoje foi muito bom para nós. A gente estava preocupada inclusive com as crianças por que não sabia o que iria acontecer”, afirmou a moradora Jussara Vaz dos Santos, que está no local desde o primeiro dia em 14 de novembro do ano passado e considerada uma das porta-vozes do movimento. 


Sobre a mobilização de apoio no lado externo, mesmo distante do prédio pelo cordão de isolamento da Brigada Militar, ela disse que ajudou muito. “Eu agradeço muito a eles de coração. Agradeço as pessoas nos deram força e estão o tempo todo com nós e acreditaram na nossa luta”, acrescentou, destacando que o objetivo do movimento é a moradia digna. “Não adianta nos colocar no meio do barro e com a casa caindo. Nós pobres temos o direito de morar de modo digno. Trabalhamos e somos honestos. O que estamos fazendo é pelo bem de nossos filhos e netos”, concluiu Jussara. 

O prédio histórico pertence ao governo do Estado e estava desativado quando o grupo chegou ao local, em novembro do ano passado. O Executivo entrou com pedido de reintegração de posse e contava com autorização da Justiça desde então, mas só acionou nesta semana a BM. Cerca de 70 famílias moram hoje no espaço, segundo o movimento.







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