Retirada de entulhos de casas da rua Luciana de Abreu será concluída até o final da semana
Remoção foi iniciada na última sexta-feira
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A demolição das residências aconteceu na sexta-feira passada para surpresa dos moradores após uma batalha na Justiça que durou 14 anos. Os moradores da rua Luciana de Abreu e do entorno foram notificados dos trabalhos através de uma carta na manhã de sexta-feira. A conclusão da polêmica ocorreu em dezembro deste ano, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que não havia valor histórico-arquitetônico das casas da rua Luciana de Abreu, seguindo decisão do Tribunal de Justiça Rio Grande do Sul (TJ/RS). A decisão da Justiça concluiu que os casarões não foram projetados pelo arquiteto Theo Wiederspahn, autor dos prédios da Faculdade de Medicina da Ufrgs, do Memorial do Rio Grande do Sul, do Hotel Majestic (Casa de Cultura Mario Quintana), do Margs e do edifício Ely (lojas Tumelero).
O presidente da Associação Moinhos Vive, Raul Agostini, disse que a empresa responsável pela aquisição das seis casas foi bastante indiferente ao pleito dos moradores. “A nossa vontade era que o local fosse preservado. Poderiam ter criado um espaço cultural com galerias de arte e lojas. Um projeto semelhante ao shopping Total”, destacou.
Segundo Agostini, existe na cidade uma filosofia de demolição e de construções modernas, principalmente na região do bairro Moinhos de Vento. Por este motivo, os moradores do bairro pretendem agendar uma reunião com o prefeito eleito Nelson Marchezan Júnior para tratar de outras áreas do bairro com valor histórico e arquitetônico. “Vamos ter que ficar mais atentos com relação aos patrimônios do nosso bairro porque a especulação imobiliária é forte na região”, acrescentou.
Agostini explicou que a demolição das seis casas foi uma perda irreparável para memória da cidade. “Não queremos que o nosso bairro se transforme em um local sem expressão”, comentou. As residências foram construídas na década de 1930.