Retirada de entulhos de casas da rua Luciana de Abreu será concluída até o final da semana

Retirada de entulhos de casas da rua Luciana de Abreu será concluída até o final da semana

Remoção foi iniciada na última sexta-feira

Cláudio Isaias

Retirada dos entulhos será concluída até o final da semana

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O trabalho de retirada dos entulhos das seis casas demolidas na rua Luciana de Abreu (números 242, 250, 258, 262, 266 e 272), no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre deverá se realizado até o final desta semana. Na manhã desta terça-feira foi intensa a movimentação de caminhões que retiravam o resto dos materiais das residências. A assessoria da construtora Goldsztein informou que em breve serão apresentados e detalhados os projetos sobre a nova área residencial que será criada no bairro Moinhos de Vento.

A demolição das residências aconteceu na sexta-feira passada para surpresa dos moradores após uma batalha na Justiça que durou 14 anos. Os moradores da rua Luciana de Abreu e do entorno foram notificados dos trabalhos através de uma carta na manhã de sexta-feira. A conclusão da polêmica ocorreu em dezembro deste ano, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que não havia valor histórico-arquitetônico das casas da rua Luciana de Abreu, seguindo decisão do Tribunal de Justiça Rio Grande do Sul (TJ/RS). A decisão da Justiça concluiu que os casarões não foram projetados pelo arquiteto Theo Wiederspahn, autor dos prédios da Faculdade de Medicina da Ufrgs, do Memorial do Rio Grande do Sul, do Hotel Majestic (Casa de Cultura Mario Quintana), do Margs e do edifício Ely (lojas Tumelero).

O presidente da Associação Moinhos Vive, Raul Agostini, disse que a empresa responsável pela aquisição das seis casas foi bastante indiferente ao pleito dos moradores. “A nossa vontade era que o local fosse preservado. Poderiam ter criado um espaço cultural com galerias de arte e lojas. Um projeto semelhante ao shopping Total”, destacou.

Segundo Agostini, existe na cidade uma filosofia de demolição e de construções modernas, principalmente na região do bairro Moinhos de Vento. Por este motivo, os moradores do bairro pretendem agendar uma reunião com o prefeito eleito Nelson Marchezan Júnior para tratar de outras áreas do bairro com valor histórico e arquitetônico. “Vamos ter que ficar mais atentos com relação aos patrimônios do nosso bairro porque a especulação imobiliária é forte na região”, acrescentou.

Agostini explicou que a demolição das seis casas foi uma perda irreparável para memória da cidade. “Não queremos que o nosso bairro se transforme em um local sem expressão”, comentou. As residências foram construídas na década de 1930.

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