Reunião com Ministério da Saúde pode definir futuro do Beneficência Portuguesa

Reunião com Ministério da Saúde pode definir futuro do Beneficência Portuguesa

Possibilidade de aluguel por parte do GCH está praticamente descartada

Henrique Massaro

Futuro do Beneficência Portuguesa ainda está indefinido

publicidade

Com a possibilidade de o Grupo Hospitalar Conceição (GCH) vir a alugar o Hospital Beneficência Portuguesa, em Porto Alegre, já dada como descartada, a situação da centenária instituição pode ter novos encaminhamentos na próxima semana. Na segunda-feira, devem se reunir na Capital representantes do Ministério da Saúde e das secretarias estadual e municipal da área para analisar o relatório feito pelo Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. Nessa terça-feira foi concluída uma consultoria no local através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).

“Segunda-feira vai ser um momento decisivo”, afirmou o deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), que se reuniu com o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, no final da tarde de terça para falar sobre a situação do Beneficência. De acordo com o parlamentar, no entanto, o Ministério recebeu, por enquanto, apenas uma prévia do estudo feito pelo Sírio-Libanês e enviará representante para analisar o relatório final em Porto Alegre. Ainda segundo Goergen, o governo já cogita o aluguel através de um outro hospital e ainda não trabalha com a possibilidade de uma intervenção federal, como já chegou a ser falado.

O deputado gaúcho era quem vinha articulando para que as instalações do Beneficência pudessem ser alugadas pelo GHC, que teria interesse no espaço se conseguisse a liberação de verbas contingenciadas pelo governo federal e pudesse realizar reformas de ampliação de sua estrutura. A negociação final, junto ao ministro, contudo, sequer chegou a acontecer. O motivo, conforme Goergen, foi a interferência de um deputado ligado a indicações de cargos no Conceição.

O interesse no aluguel, segundo Goergen, ainda existe por parte área técnica do Grupo, mas a possibilidade é dada como descartada por ele. Diretor técnico do GHC, Mauro Sparta também desconsidera a alternativa, pois não acredita que se consiga a liberação de recursos no Ministério. Com R$ 25 milhões contingenciados pelo governo federal, a entidade precisa priorizar a construção do Centro de Hematologia e Oncologia – em andamento – e deixar de lado outras obras que planejava fazer, como do bloco cirúrgico.

Ainda sem a divulgação do nome do hospital cogitado pelo Ministério da Saúde para alugar a Beneficência, a entidade, uma das mais antigas na área da Saúde de Porto Alegre e que vive grave crise financeira, tem poucas opções para garantir seu futuro. Uma delas é através da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), que chegou a oficializar o interesse no final do ano passado. O assunto não chegou a ter andamento, mas a possibilidade, de acordo com o professor Paulo Roberto Fontes, ainda existe. Ainda segundo ele, a Universidade cogita fazer um hospital-escola ou até mesmo um Hospital Universitário, que serviriam como expansão da residência médica dos alunos e também para garantir que os 201 leitos do Beneficência - atualmente com apenas dois pacientes - não sejam fechados.

Para o presidente do Hospital, Augusto Veit Júnior, qualquer auxílio que for cogitado pode vir a ser estudado. Ele disse, no entanto, que a análise não compete ao Beneficência, mas ao governo federal, assim como o possível aluguel por parte do GHC. Apesar dos últimos encaminhamentos a respeito dessa possibilidade, Veit afirmou que ainda não a descarta, pois sente interesse por parte do Grupo em vir a alugar o espaço.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895