Reunião em Brasília trabalha para manter Usina de Charqueadas funcionando

Reunião em Brasília trabalha para manter Usina de Charqueadas funcionando

Termelétrica gera 2,4 mil empregos e poderia ter operação desativada por baixa eficiência

Correio do Povo

Termelétrica gera 2,4 mil empregos e poderia ter operação desativada por baixa eficiência

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O Secretário de Minas e Energia do Rio Grande do Sul, Lucas Redecker, participou de reunião nesta terça-feira em Brasília para trabalhar na manutenção do funcionamento da Usina Termelétrica de Charqueadas, na região Carbonífera. Após encontro com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata, e o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Reive Barros dos Santos, foi definida uma proposta para que a administradora da usina, a Tractebel, mantenha as atividades pelo menos até o fim de 2017.

Uma das principais preocupações é a manutenção de cerca de 2,4 mil empregos gerados pela planta de energia. “O governo do Estado não recebeu nenhuma informação oficial sobre o fechamento da usina. As informações que chegam são de outras fontes. Faço um apelo à empresa para que os prazos anteriormente acordados sejam mantidos, dando tempo para que a comunidade regional possa se organizar e para que alternativas possam ser encontradas”, declarou Redecker. O secretário ainda destacou que a autorização da redução da potência da usina foi um avanço importante e que, neste momento, seguem as tratativas em busca de um investidor que possa construir uma nova usina ou até mesmo modernizar a UTE Charqueadas.

O prefeito de Charqueadas, Davi Gilmar, argumentou que, caso a companhia decida pela interrupção da produção de energia, o impacto será sentindo por toda a região, já que afetará fornecedores de carvão, terceirizados, transportadoras etc. Gilmar lembrou que a economia local é carente e, recentemente, sofreu com a perda da Iesa Óleo e Gás, que teve o contrato de montagem de módulos de plataformas rescindido em consequência da crise que se abate sobre a Petrobras. O prefeito defendeu a manutenção da geração de energia com a capacidade reduzida. Participaram da reunião também o senador Lasier Martins, os deputados federais Alceu Moreira, Afonso Hahn, Afonso Motta, Giovani Cherini, José Luiz Jansson Laydner, da Tractebel; Ildo Grutner, da EPE e Cristiano Vieira da Silva, superintendente de Geração da Aneel.

A usina precisa se adequar às normas da Resolução Normativa nº 500, de 17 de julho de 2012, da Aneel. A medida estabelece critérios de eficiência para as usinas de energia e entrou em vigor em dezembro de 2015. Os custos desta operação é que podem inviabilizar a manutenção da UTE. A resolução aplica-se para todas as usinas beneficiárias da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), inclusive para a térmica de Charqueadas.

De acordo com a Tractebel, a termelétrica tem uma capacidade instalada de 72 MW (cerca de 2% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul). No entanto, vem produzindo uma geração média de 40 MW médios a 45 MW médios, sendo lucrativa somente em alguns períodos de despacho, devido ao seu alto custo de operação. A usina de Charqueadas é uma das termelétricas mais antigas do país e começou a operar em 5 de janeiro de 1962.

Em fevereiro deste ano, a Aneel autorizou a termelétrica permitir que a companhia Tractebel reduza a potência instalada da sua usina a carvão em Charqueadas de 72 MW (cerca de 2% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul) para 36 MW. Com a diminuição da potência, consequentemente, o empreendimento aumentaria a sua eficiência. A ideia mais antiga era a construção de uma nova usina de porte semelhante ao da atual. Outra hipótese é a interrupção da atividade.

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