Rio dos Sinos está em alerta para risco de mortandade de peixes

Através de monitoramento, o Consórcio Pró-Sinos identificou nesta quinta-feira um alto nível de condutividade na foz do arroio Portão: 1.000 ms/cm, quando o normal é abaixo de 100 ms/cm. A medição é um indicador de poluição de origem industrial. Conforme o diretor executivo do consórcio, Julio Dorneles, há risco de mortandade de peixes no local, onde em 2006 mais de um milhão de exemplares foram vítimas de substâncias tóxicas, e também no rio dos Sinos, já que os efluentes chegaram até o trecho de São Leopoldo.

Dorneles conta que já foi identificado o despejo de efluentes oriundos de um curtume na região, ocorrido entre a noite dessa quarta-feira e a madrugada de hoje. Todo o curso do arroio foi afetado, fazendo com que a oxigenação caísse para cerca de 1 mg/l (o normal é acima de 2 mg/l). Além disso, ao menos três quilômetros do Sinos também foram atingidos.

"Há grande risco de mortandade, pois o produto é muito forte, o que pode levar à diminuição no nível de oxigênio nas águas", conta Dorneles. Em São Leopoldo, o nível do rio (1,6 m) e a oxigenação (3 mg/l) ainda são normais. O consórcio seguirá acompanhando a vazão do Sinos e a diluição dos efluentes. Caso chova, isso deve contribuir para minimizar os efeitos.

Órgãos de proteção, como secretarias municipais do Meio Ambiente, Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e Ministério Público do Estado foram comunicados sobre o ocorrido. Uma reunião de emergência será realizada na tarde de hoje para tratar do problema. A Polícia Civil deve abrir inquérito para apurar as responsabilidades.