Rio Grande do Sul registra cinco casos da nova cepa da Influenza A

Rio Grande do Sul registra cinco casos da nova cepa da Influenza A

H3N2 teria vindo do hemisfério norte

Christian Bueller

Vacina protege contra três tipos de vírus influenza: H1N1, H3N2 e B

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Após a preocupação com o SARS-CoV2, vírus que causa a Covid-19, e com a variante a ômicron, que passou a perturbar o sossego até de pessoas já vacinadas, uma previsão dos especialistas durante toda a pandemia começa a aparecer: outras doenças respiratórias tendem a voltar à tona. Nos últimos dias, Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo, pelo menos, já apresentaram surtos da nova cepa do vírus Influenza A (gripe), o H3N2. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informa que o Rio Grande do Sul registrou cinco casos deste tipo em dezembro. A SES não informou em quais municípios eles ocorreram.

“São casos não relacionados entre si, em residentes de cinco cidades diferentes. As amostras foram enviadas posteriormente para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, para o sequenciamento genético que indica a linhagem”, disse nota da SES, que monitora a circulação da Influenza através de exames realizados pelo Laboratório Central do Estado (Lacen/RS).

“Os casos de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), incluindo os óbitos, que inicialmente tenham resultado não-detectável para o coronavírus passam por um segundo exame de Influenza. O mesmo acontece com casos leves (não hospitalizados) em crianças até dois anos de idade ou que venham dos serviços médicos sentinelas do Estado”, complementa a nota da SES. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Porto Alegre ainda não registra casos desta mutação do vírus.

O H3N2 teria vindo do hemisfério norte, onde é inverno atualmente. “Em função da grande circulação diária de passageiros entre os principais centros urbanos do País, especialmente a partir de Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, doenças infecciosas e, particularmente, vírus respiratórios têm uma facilidade muito grande de pular de um local para outro rapidamente”, afirmou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do Boletim InfoGripe da Fiocruz. Dados da instituição, divulgados neste mês, mostram que o número de casos de SRAG cresceu em vários estados brasileiros, sendo a principal causa entre adolescentes e jovens adultos.

Dentre as doenças que causam essa síndrome estão as infecções dos pulmões (pneumonias), que podem ser causadas por vários microorganismos, como bactérias, fungos e vírus, incluindo Covid-19 e Influenza. De acordo com a Fiocruz, a maioria das ocorrências ainda está relacionada ao novo coronavírus e se concentra na faixa etária dos dez aos 29 anos, na qual há menos imunizados. No caso das crianças de zero a 9 anos, os resultados laboratoriais associados a esses casos seguem apontando predomínio de Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que acompanha a tendência de aumento de casos de SRAG nesta faixa etária.

Com isso, a Fiocruz fez um alerta à população para que se vacine e mantenha os protocolos de distanciamento físico, higienização das mãos e uso de máscaras, sobretudo em locais fechados. A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, a Influenza, teve início em abril, foi prorrogada devido à baixa cobertura atingida e acabou encerrada em 30 de setembro. A meta do governo para a imunização era vacinar pelo menos 90% de cada um dos grupos prioritários, que incluía crianças, gestantes, puérperas, idosos, indígenas e trabalhadores da saúde. No entanto, apenas 78% desse público-alvo foi efetivamente vacinado.


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