Rodoviários da Carris encaram chuva e fazem vigília na sede da empresa em Porto Alegre

Rodoviários da Carris encaram chuva e fazem vigília na sede da empresa em Porto Alegre

Uma nova assembleia da categoria irá anteceder caminhada até a prefeitura nesta quarta

Cláudio Isaías

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Os trabalhadores da Carris, que são contrários a desestatização da empresa, realizaram no feriado da Independência do Brasil uma vigília na frente da sede da empresa no bairro Partenon, na zona Leste de Porto Alegre. Nem a chuva forte da manhã de terça-feira, assustou os funcionários que montaram um piquete na calçada da rua Albion onde foram realizadas rodas de conversa sobre a situação da empresa. 

Nesta quarta-feira, os servidores da Carris farão uma assembleia na sede empresa e depois seguirão em caminhada até a prefeitura de Porto Alegre e Câmara de Vereadores. No Legislativo municipal, os funcionários pretendem acompanhar a votação do projeto que trata sobre a desestatização da empresa. Na frente da Carris, os manifestantes colocaram faixas com as mensagens: "Carris Unida jamais será vendida!", "Por uma Carris 100% pública" e "Prefeito Melo# A Carris é do povo de Porto Alegre". 

Maximiliano da Rocha, delegado sindical da Carris, informou que os rodoviários da empresa pretendem realizar uma mobilização para acompanhar a votação do projeto que trata sobre a desestatização da Carris na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. A proposta da prefeitura tem o objetivo eliminar aportes de capital do município à Carris, devido à mudança de cenário do transporte público. Segundo Rocha, os rodoviários são contrários ao projeto da prefeitura de privatização da empresa, contra a demissão de trabalhadores e contra a extinção do cargo de cobrador. 

A privatização 

Em 15 de junho, a prefeitura encaminhou a desestatização, por meio de privatização ou extinção, da Carris. O texto do projeto de lei 013/2021 autoriza o Município a alienar ou transferir, total ou parcialmente, a sociedade, os seus ativos, a participação societária, direta ou indireta, inclusive o controle acionário, transformar, fundir, cindir, incorporar, liquidar, dissolver, extinguir ou desativar, parcial ou totalmente a Carris. 

A companhia, segundo o Executivo municipal, é a única estatal que ainda opera nas capitais brasileiras, e tem um déficit mensal de R$ 6 milhões por mês. Em 2021, será injetado R$ 72 milhões de verbas públicas na Carris. Com sua desestatização, será mantido 100% do atendimento das linhas, só que pela iniciativa privada, não onerando o erário público.

No dia 7 de julho, a prefeitura protocolou o projeto de lei para extinção gradativa da função de cobrador de ônibus, iniciando pela permissão de viagens sem cobrador, diariamente, entre 22h e 4h. O projeto foi a votação, com aprovação por 21 votos favoráveis e 12 contrários, no dia 1º de setembro. Com a aprovação dessa medida, conforme análise da prefeitura, em quatro anos, vai ocorrer a diminuição em 70 centavos o valor da tarifa.


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