Rodoviários e motoristas de aplicativo farão ações contra pacote de Marchezan

Rodoviários e motoristas de aplicativo farão ações contra pacote de Marchezan

Trabalhadores dos ônibus vão se reunir pela manhã e podem realizar protestos nas ruas

Cláudio Isaías

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Os rodoviários de Porto Alegre e os motoristas de aplicativo preparam para esta segunda-feira uma série de ações contra o pacote "Transporte Cidadão" apresentado pela prefeitura. As medidas propostas pelo Poder Executivo poderão ser apreciadas na Câmara de Vereadores. O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Porto Alegre (Stetpoa), Sandro Abbàde, informou que os trabalhadores estarão reunidos no começo da manhã na sede do sindicato, na avenida Venâncio Aires, em Porto Alegre.

"Nossa previsão é estar às 8h na Câmara de Vereadores porque queremos manter 3,6 mil cobradores trabalhando nos ônibus", ressaltou. Abbàde explicou que ainda não está definido se os trabalhadores farão protestos nos corredores de ônibus das principais vias da cidade como as avenidas Osvaldo Aranha, Protásio Alves, Farrapos, João Pessoa, Assis Brasil e Bento Gonçalves. Os sindicalistas pretendem conversar ainda com os vereadores. Vão pedir para que o projeto apresentado do prefeito Nelson Marchezan Júnior seja rejeitado pela Câmara Municipal. O pacote chamado de "Transporte Cidadão" foi entregue no dia 27 de janeiro ao Legislativo. Não houve quórum mínimo (a presença de 19 vereadores) nos dias 30 e 31 janeiro para discutir e votar o pacote de projetos do Executivo que trata do transporte coletivo da Capital.  

Conforme o vice-presidente do sindicato, o projeto afeta a vida de milhares de trabalhadores rodoviários e consequentemente de suas famílias. O presidente da Associação Liga dos Motoristas de Aplicativo (Alma), Joe Moraes, disse que a categoria estará novamente presente na Câmara de Vereadores para acompanhar a abertura dos trabalhos no parlamento municipal. "Não faremos manifestações. No entanto, vamos marcar presença para saber o que os parlamentares vão discutir", ressaltou. Os profissionais de aplicativos não farão carreatas para não atrapalhar a população e a circulação na Capital.

A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) no caso de paralisação dos rodoviários monta um plano de ação para atender a população. Se por acaso, o transporte público deixar de funcionar por algum motivo, existe a possibilidade de que os lotações façam o transporte em pé de passageiros e o compartilhamento de corridas de táxis.

 

 

Cobradores 

O projeto que prevê a retirada gradativa de cobradores dos ônibus de Porto Alegre poderá ser votado pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre durante a sessão que abre o ano Legislativo de 2020. A sessão está marcada para às 14h no plenário Otávio Rocha. De acordo o Departamento Legislativo da Câmara Municipal, o projeto entrará como prioridade por já ter a votação iniciada. A proposta poderá ser adiada por até cinco sessões se qualquer vereador ingressar com requerimento ainda na segunda solicitando adiamento e este ser aprovado em plenário. Desta forma, o projeto somente seria votado na segunda quinzena de fevereiro. Os outros seis projetos que tratam do chamado pacote "Transporte Cidadão" deverão passar pelos trâmites do parlamento municipal. 

O secretário de Mobilidade Urbana, Rodrigo Tortoriello, disse que é fundamental que ocorra o debate sobre os projetos apresentados pelo Executivo e que os vereadores marquem presença. "Não votar não é um padrão do Legislativo. A falta de quórum é um desrespeito com a população" , destacou. Líder da bancada do PT, o vereador Aldacir Oliboni disse que o prefeito Nelson Marchezan Júnior não realizou uma Parceria Público Privada (PPP) de fato ao longo dos três anos de gestão. "Nada foi feito para melhorar o transporte público e, agora, para tentar recuperar alguma popularidade neste ano eleitoral, envia um pacote de projetos para a Câmara com o objetivo de vender facilidades para a população", acrescentou. O presidente da Câmara de Vereadores, Reginaldo Pujol (DEM), afirmou que na primeira sessão de 2020 que acontece hoje os "vereadores terão mais tempo para apreciar os projetos da prefeitura enviado ao Legislativo municipal.
 


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