Rodoviários prometem "caos" em Porto Alegre caso não haja negociações por 13º salário

Rodoviários prometem "caos" em Porto Alegre caso não haja negociações por 13º salário

Categoria protestou nesta sexta-feira e bloqueou vias da área central de Porto Alegre

Cláudio Isaías

Rodoviários prometem caos em Porto Alegre caso não haja negociações por 13º salário

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Um grupo de rodoviários realizou na manhã desta sexta-feira uma caminhada contra o parcelamento do 13º salário. A manifestação, que bloqueou o trânsito em alguns trechos do Centro de Porto Alegre, poderá se repetir nos próximos dias, segundo o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre, Sandro Abade. Ele ressaltou que se não houver negociação novos protestos serão realizados inclusive com bloqueio nas garagens das empresas.

“Se continuar este desrespeito com os trabalhadores vamos trancar as garagens e criaremos um caos em Porto Alegre”, explicou Abade. O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre, Adair da Silva afirmou que a ATP alegou que a crise no transporte fez com que as empresas não tivessem condições de depositar os 50% de forma integral no dia 30 de novembro. “A nossa intenção é fazer com que as empresas de ônibus nos chamem para uma reunião e revejam essa proposta de parcelamento do 13º salário”, destacou.



Silva disse que os trabalhadores dos dois consórcios tiveram a primeira parcela 13º salário reduzida. “As empresas pagaram apenas 25% do valor, e não 50%, no dia 30 de novembro”, comentou. Silva afirmou que o sindicato espera uma posição das empresas e não descarta a possibilidade de novos protestos serem realizados inclusive com o bloqueio nas garagens das empresas. Segundo ele, as empresas da zona Sul e Norte pagaram o 13º salário integral. “Os dois consórcios querem no dia 20 de dezembro depositar novamente apenas 25% dos vencimentos do trabalhadores. Não podemos aceitar porque é um desrespeito com a categoria”, acrescentou.  

Tentativa de obter recursos 

O diretor executivo da Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP), Gustavo Simionovschi, afirmou que os quatro consórcios que operam na cidade tentam levantar recursos para o pagamento integral dos vencimentos. “A associação não tem nada contra a manifestação dos trabalhadores, mas não podemos apoiar algo que prejudica a cidade. Além disso, um protesto como esse prejudica também a receita das empresas porque menos pessoas serão transportadas”, comentou. Segundo a ATP, mesmo às empresas que pagaram integralmente a primeira parcela do 13º salário, não podem garantir que irão pagar a segunda. “Todas estão buscando recursos para quitar o valor no dia 20 dezembro”, explicou Simionovschi. A associação ressalta ainda que já havia sido comunicado de que o pagamento do 13º salário corria risco devido à deficiência de remuneração que o contrato atual de exploração do sistema de transporte de Porto Alegre está gerando.

Bloqueios e lentidão no trânsito da Capital 

A caminhada dos rodoviários contra o parcelamento do 13º salário bloqueou totalmente o corredor de ônibus da avenida Osvaldo Aranha e parcialmente o Túnel da Conceição, no sentido bairro-Centro. A manifestação que contou com a participação de 15 trabalhadores causou transtornos no trânsito e aos usuários do transporte coletivo. A mobilização durou cerca de uma hora e nenhum ônibus conseguiu deixar o corredor da avenida Osvaldo Aranha

O protesto, que começou na frente do Hospital de Pronto Socorro (HPS) provocou uma longa fila de ônibus nas avenidas Protásio Alves e na Osvaldo Aranha foi encerrado por volta das 9h. A manifestação também provocou congestionamento no trânsito no sentido bairro-Centro. O protesto foi encerrado na Estação Rodoviária de Porto Alegre. A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) informou que os manifestantes eram funcionários de dois consórcios: Via Leste e Mais.

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