Rodoviários prometem "caos" em Porto Alegre caso não haja negociações por 13º salário
Categoria protestou nesta sexta-feira e bloqueou vias da área central de Porto Alegre
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“Se continuar este desrespeito com os trabalhadores vamos trancar as garagens e criaremos um caos em Porto Alegre”, explicou Abade. O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre, Adair da Silva afirmou que a ATP alegou que a crise no transporte fez com que as empresas não tivessem condições de depositar os 50% de forma integral no dia 30 de novembro. “A nossa intenção é fazer com que as empresas de ônibus nos chamem para uma reunião e revejam essa proposta de parcelamento do 13º salário”, destacou.
Silva disse que os trabalhadores dos dois consórcios tiveram a primeira parcela 13º salário reduzida. “As empresas pagaram apenas 25% do valor, e não 50%, no dia 30 de novembro”, comentou. Silva afirmou que o sindicato espera uma posição das empresas e não descarta a possibilidade de novos protestos serem realizados inclusive com o bloqueio nas garagens das empresas. Segundo ele, as empresas da zona Sul e Norte pagaram o 13º salário integral. “Os dois consórcios querem no dia 20 de dezembro depositar novamente apenas 25% dos vencimentos do trabalhadores. Não podemos aceitar porque é um desrespeito com a categoria”, acrescentou.
Tentativa de obter recursos
O diretor executivo da Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP), Gustavo Simionovschi, afirmou que os quatro consórcios que operam na cidade tentam levantar recursos para o pagamento integral dos vencimentos. “A associação não tem nada contra a manifestação dos trabalhadores, mas não podemos apoiar algo que prejudica a cidade. Além disso, um protesto como esse prejudica também a receita das empresas porque menos pessoas serão transportadas”, comentou. Segundo a ATP, mesmo às empresas que pagaram integralmente a primeira parcela do 13º salário, não podem garantir que irão pagar a segunda. “Todas estão buscando recursos para quitar o valor no dia 20 dezembro”, explicou Simionovschi. A associação ressalta ainda que já havia sido comunicado de que o pagamento do 13º salário corria risco devido à deficiência de remuneração que o contrato atual de exploração do sistema de transporte de Porto Alegre está gerando.
Bloqueios e lentidão no trânsito da Capital
A caminhada dos rodoviários contra o parcelamento do 13º salário bloqueou totalmente o corredor de ônibus da avenida Osvaldo Aranha e parcialmente o Túnel da Conceição, no sentido bairro-Centro. A manifestação que contou com a participação de 15 trabalhadores causou transtornos no trânsito e aos usuários do transporte coletivo. A mobilização durou cerca de uma hora e nenhum ônibus conseguiu deixar o corredor da avenida Osvaldo Aranha
O protesto, que começou na frente do Hospital de Pronto Socorro (HPS) provocou uma longa fila de ônibus nas avenidas Protásio Alves e na Osvaldo Aranha foi encerrado por volta das 9h. A manifestação também provocou congestionamento no trânsito no sentido bairro-Centro. O protesto foi encerrado na Estação Rodoviária de Porto Alegre. A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) informou que os manifestantes eram funcionários de dois consórcios: Via Leste e Mais.