RS é segundo estado com menor taxa de domicílios com crianças com menos de 4 anos

RS é segundo estado com menor taxa de domicílios com crianças com menos de 4 anos

Em 2015, apenas 11,5% das casas gaúchas tinham menores nessa faixa etária

Correio do Povo

RS é segundo estado com menor taxa de domicílios com crianças com menos de 4 anos

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Em 2015, o Rio Grande do Sul possuía 4.109 milhões de domicílios, dos quais 473 mil possuíam crianças com menos de 4 anos, o equivalente a 11,5% das casas gaúchas. Com esse percentual, o RS ocupava a segunda posição entre os estados brasileiros com menor percentual de domicílios com moradores menores de quatro anos, seguido por Santa Catarina (11,6%). Em primeiro lugar estava o Rio de Janeiro com 11,4%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O Estado ocupava ainda a 8º posição com 86,2% de crianças que no período de referência dos últimos três meses, normalmente permaneciam, de segunda a sexta-feira, de manhã e de tarde, no mesmo local e com a mesma pessoa.

No Rio Grande do Sul havia um total de 341 mil crianças de menos de 4 anos de idade que não eram matriculadas em creche ou escola. Para 63,7% delas o responsável teve interesse em buscar matrícula em creche ou escola, o que colocou o estado na 8º posição entre os estados brasileiros - mas apenas para 33,9% delas foram tomadas ações efetivas para conseguir vaga em creche ou escola (para 29,8% não foi tomada nenhuma iniciativa). Já 36,3% do total de crianças dessa faixa de idade nem estavam matriculadas, nem o responsável manifestou interesse em buscar vagas.

Apenas 25% das crianças com menos de 4 anos frequentam creche ou escola

Em 2015, das 10,3 milhões de crianças brasileiras com menos de 4 anos, 25,6% (2,6 milhões) estavam matriculadas em creche ou escola. Entretanto, 74,4% (7,7 milhões) não frequentavam esse tipo de estabelecimento nem de manhã, nem à tarde.

Desse contingente de 7,7 milhões de crianças que ficavam em casa, 61,8% de seus responsáveis demonstravam interesse em matricular na creche, o que representa 4,7 milhões dos casos. O interesse do responsável em matricular a criança crescia com o aumento da idade, passando de 49,1% em crianças com menos de 1 ano e atingindo 78,6% entre as crianças de 3 anos. As informações constam do suplemento Aspectos dos cuidados das crianças de menos de 4 anos de idade, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015, divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a pesquisa, o percentual de crianças de menos de 4 anos cujos responsáveis tinham interesse em matriculá-las em creche ou escola diminuía nas classes de renda média domiciliar per capita mais altas. "Nas classes sem rendimento a menos de ¼ do salário mínimo, essa proporção era de 61,5%, crescendo até a classe de ½ a menos de 1 salário mínimo (63,9%). A partir da classe de 1 a menos de 2 salários mínimos, verificava-se redução da proporção, com estimativa de 60,1%, chegando a 54,4% na classe de rendimento domiciliar per capita de 3 ou mais salários mínimos", informa o documento.

Das 4,7 milhões de crianças de menos de 4 anos não matriculadas em creche ou escola, mas cujos responsáveis tinham interesse em fazê-lo, em 43,2% (2,1 milhões) dos casos os responsáveis tomaram alguma ação para conseguir uma vaga. Dentre as medidas adotadas, as mais recorrentes foram o contato com a creche, a prefeitura ou secretaria para informações sobre existência de vagas (58,7%) e a inscrição em fila de espera para vagas (37,3%).

A assistente administrativa Dayse Fernandes Bezerra Arruda, de 39 anos, busca uma vaga em creche municipal para seu filho de 6 meses desde o ano passado para poder voltar a trabalhar. Ela recorreu à Justiça para que a prefeitura do Rio de Janeiro matricule seu filho em uma creche. "Estou com processo em andamento e até agora nada. Fiz a inscrição em cinco creches em bairros próximos de casa, mas ele não foi sorteado. Eu não tenho com quem deixá-lo. Meu marido trabalha. Uma creche particular é inviável, a mais barata está na faixa de R$ 1,5 mil. Vivemos de aluguel, é complicado pagar uma creche", disse Dayse.

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