RS contabiliza 95 mil exames da CNH represados desde começo da pandemia

RS contabiliza 95 mil exames da CNH represados desde começo da pandemia

Detran estima que não haja condutores em risco de perder o prazo para a conclusão das etapas da habilitação

Samantha Klein / Rádio Guaíba

Ainda assim, até o momento, pelo menos três dos 186 examinadores do Detran se contaminaram com o novo coronavírus

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Com a reabertura dos Centros de Formação de Condutores (CFCs) e a retomada dos agendamentos pelo Detran para a realização de exames teóricos e práticos, o ritmo de normalização da fila de espera ainda é lento no Rio Grande do Sul. Há pelo menos 95 mil candidatos aguardando para realizar as provas, praticamente a mesma densidade represada após o período de fechamento dos CFCs por dois meses, logo no começo da pandemia.

O diretor-técnico do órgão de trânsito gaúcho, Fábio Santos, garante que todas as medidas de segurança vêm sendo tomadas, e que a observância dos protocolos é um dos fatores que explica a demora na finalização do processo. “A retomada da aplicação dos exames se dá com todos os passos de higienização em vigor. São obrigatórios o uso de máscaras e, a cada troca de candidato, o veículo precisa passar por higienização”.

Em Porto Alegre, a sala do Detran localizada no Centro Administrativo comporta 48 exames teóricos em simultâneo. Com o atual protocolo estadual, somente sete lugares podem ser utilizados ao mesmo tempo, o que explica parte do represamento. “O nosso exame teórico é o que vem gerando mais represamento, em especial, em Porto Alegre. Há uma redução significativa de vagas, mas é importante para a manutenção do distanciamento entre os candidatos”, explica Santos.

Ainda assim, até o momento, pelo menos três dos 186 examinadores do Detran se contaminaram com o novo coronavírus. “Ainda que não possamos saber se a contaminação ocorreu durante as aplicações de exames, fato é que ocorreram casos positivos”, complementa o diretor.

Números de exames em espera

Dos 95 mil exames represados no Detran-RS, 40,1 mil se referem à primeira habilitação, 2,2 mil a mudança de categoria, 12,2 mil a adição de categoria e 40 mil a aplicação de prova teórica.

Os Centros de Formação de Condutores (CFCs) ficaram fechados entre 23 de março e 22 de maio, em razão da pandemia, abrindo parcialmente a partir desse período. Os exames teóricos e práticos foram retomados sob agendamento.

Prazo ampliado

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) estendeu o prazo de conclusão da habilitação de 12 para 18 meses. Por outro lado, com a reabertura dos CFCs, houve aumento de 25% na procura pela realização de novas carteiras de motorista (CNHs) ou mudança de categorias, conforme o Detran gaúcho. Por enquanto, estima-se que não haja condutores em risco de perder o prazo para a conclusão das etapas de habilitação.

Outra medida estabelecida pelo órgão nacional é que as carteiras que tenham tido a validade expirada a partir de 19 de fevereiro, por enquanto, não precisem de renovação. O prazo é indeterminado, por conta da pandemia.

Aplicação remota de exames

Nesta semana, deve ser iniciado um projeto-piloto em Ijuí para a aplicação de exames teóricos, com apoio de um fiscal do Detran. A sala de provas do próprio Detran precisou ser fechada em razão do espaço limitado. Com isso, os candidatos vinham sendo encaminhados para Santo Ângelo. Ainda assim, houve represamento expressivo na região. Com a proposta de realização de provas remotas, dois CFCs se habilitaram para a aplicação das provas.


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